Sob Pazuello, Ministério da Saúde se opôs a projeto antivacina de Bia Kicis
Um projeto apresentado em setembro do ano passado pela deputada Bia Kicis, aliada de primeira hora de Jair Bolsonaro na Câmara, mobilizou técnicos do Ministério da Saúde, ainda sob comando do general Eduardo Pazuello. A ordem era derrubar a proposta. A proposta de Kicis tem por objetivo retirar a palavra "vacinação" do rol de medidas...
Um projeto apresentado em setembro do ano passado pela deputada Bia Kicis, aliada de primeira hora de Jair Bolsonaro na Câmara, mobilizou técnicos do Ministério da Saúde, ainda sob comando do general Eduardo Pazuello. A ordem era derrubar a proposta. A proposta de Kicis tem por objetivo retirar a palavra "vacinação" do rol de medidas que podem ser adotadas pelo governo de forma compulsória para combater a pandemia.
Um mês depois de o projeto ser apresentado, a assessoria parlamentar do gabinete de Pazuello acionou as áreas técnicas do ministério para pedir um posicionamento da pasta com relação ao projeto de Bia Kicis. “Cabe análise do projeto original e devolução a esta assessoria com brevidade”, diz um despacho de Leonardo Batista Paiva, chefe da assessoria.
Em novembro, o projeto recebeu parecer contrário da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério, assinado pela então coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato. À época, o SUS só contava com o acordo entre AstraZeneca e Fiocruz para a produção da vacina de Oxford, além da adesão ao Covax Facility, com a aquisição de doses para somente 10% da população. Como revelou Crusoé, Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde resistiram à adesão.
"[O projeto] reduz a necessidade de imunizar a população contra a Covid-19, assim que possível o uso de vacinas seguras e satisfatórias, além de excluir da competência do Ministério da Saúde a obrigação de acrescentar a futura vacina como mais um imunobiológico dentre aqueles ofertados nas campanhas de vacinação nacional", assinalou Fantinato, em documento interno. O parecer também é assinado por Laurício Monteiro Cruz, diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis.
Fantinato chegou a figurar como investigada pela CPI da Covid no Senado, mas, por decisão do relator da comissão, Renan Calheiros, virou testemunha após seu depoimento à comissão. Ela pediu exoneração do cargo que ocupava no ministério no último dia 7 de julho.
Ao expor a justificativa para o projeto, apresentado em 8 de setembro, Bia Kicis acreditava que "a devida comprovação científica da vacina contra o Covid-19 somente se dará em aproximadamente 10 anos, motivo pelo qual a compulsoriedade da vacinação, conforme prevista na Lei n° 13.978/2020, precisa ser extirpada, uma vez que inexiste qualquer evidência de sua eficácia, capaz de comprovar benefício à saúde da coletividade suficiente para justificar limitação ao direito individual da autonomia da pessoa".
O raciocínio da deputada bolsonarista para concluir que as vacinas seriam ineficazes se amparava no fato de que nunca antes imunizantes do tipo tinham sido desenvolvidos tão rapidamente. Uma semana antes da apresentação da proposta, o próprio presidente Jair Bolsonaro falou publicamente contra a obrigatoriedade da vacinação, posicionamento que foi endossado pelas redes oficiais do governo (veja abaixo).
O Governo do Brasil investiu bilhões de reais para salvar vidas e preservar empregos. Estabeleceu parceria e investirá na produção de vacina. Recursos para estados e municípios, saúde, economia, TUDO será feito, mas impor obrigações definitivamente não está nos planos. 🇧🇷🤝🇧🇷 pic.twitter.com/CpaTqK620v
— SecomVc (@secomvc) September 1, 2020
Apesar da posição contrária do Ministério da Saúde, o projeto de Bia Kicis ainda tramita na Câmara. Por decisão da Mesa Diretora, em março de 2021, já sob a gestão de Arthur Lira, a proposta deve ser analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça – esta última, presidida pela própria deputada. O relator da proposta é o deputado Luis Ovando, do PSL do Mato Grosso do Sul, que ainda não apresentou seu parecer.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Antonio
2021-08-02 14:55:23Só vendo para acreditar.
Heloisa
2021-08-02 09:57:38Não sei como essa senhora pôde ser procuradora do DF. É alma gêmea do Genocida Sociopata, da FAMILICIA BolsoNero, sem irar nem por. Faz parte dos RACHDINHAS.
Marcello
2021-08-02 09:41:49Da série: Tranqueiras do Brasil!
Gildo
2021-08-02 07:04:41E ainda reclamam quando são chamados de genocidas
Maria
2021-08-02 03:02:29Essa merecia ser indiciada pela CPI
Márcia
2021-08-01 13:15:44Bolsonaristas costumam andar de viseiras, igual aos burros, e qdo o comandante puxa as rédeas eles param, esperando o próximo comando!
Astor
2021-08-01 11:38:22A Bia tá fora da casinha
Alexander
2021-08-01 02:59:51É impressionante como a incompetência e talvez a má fé, consigam gerar processos contra a ciência.
Humberto
2021-08-01 00:50:04Eu não entendo como estes Gados não conseguem ver isto , vacina desde o início da nossa vida já possuímos carteira de vacina , febre Amarela , BCG e outras , como está gente consegue apoiar estes loucos , insanos e assassinos!!!! Eles estão cada vez mais fanáticos e loucos do que a Ptzada !!!! Tudo tem limite!!!! Terceira Via Já!!!!
#3via
2021-07-31 23:44:02Meu Deus do céu, eu votei nessa doida, nunca mais voto nela !!! Tomei um estelionato Eleitoral duplo da Bia e do Minto. 2022 vamos arrumar o pais através do voto, e trazer a Lava Jato de volta mais forte e ir para cima de politico corrupto e todos mais. Imaginem o Deltan na PGR, Sergio Moro de volta como Ministro da Justica, vai ser uma limpeza geral no pais.