Divulgação/TSE

Ritmo dos inquéritos eleitorais da PF em São Paulo preocupa desembargador

19.12.19 13:05

De saída da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, o desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin (foto) revelou preocupação com o ritmo dos inquéritos eleitorais da Polícia Federal que investigam políticos paulistas por suspeita de caixa 2 de campanha, corrupção e lavagem de dinheiro.

Conforme mostrou Crusoé, existem hoje 25 inquéritos eleitorais tramitando em São Paulo sob sigilo. Até agora, apenas o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, do PT, foi denunciado e condenado por ter recebido caixa 2 da UTC nas eleições municipais de 2012.

“Eu não tenho em mãos o que pode estar levando os inquéritos a ficar no estágio em que estão. Mas essa questão está mais dependente de ações da Polícia Federal do que da Justiça Eleitoral”, afirmou Padin.

O desembargador, que deixou a presidência do tribunal nesta quarta-feira, 18, contou que já fez duas vistas ao superintendente regional da PF em São Paulo, delegado Lindinalvo Filho, para saber sobre o andamento dos inquéritos eleitorais e perguntar se o TRE-SP poderia ajudar nas investigações. O novo presidente é o desembargador Waldir Sebastião de Nuevo Campos Junior.

“Mais de uma vez estive com o doutor Lindinalvo dizendo da minha preocupação e pedindo a ele que procurasse viabilizar um maior compartilhamento possível”, afirmou Padin, referindo-se às provas já obtidas pela própria Polícia Federal em outros estados, como no Paraná. Parte do material, que inclui mensagens de Skype e gravações telefônicas, foi publicada por Crusoé em setembro.

Padin foi um dos defensores da competência da Justiça Eleitoral em julgar crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro, em conexão com crimes eleitorais, como o caixa 2. Um dos argumentos usados pelo desembargador para rebater as críticas de que a retirada dos inquéritos da Lava Jato resultaria em impunidade foi o de que o braço investigativo da Justiça Eleitoral era a mesma PF que já integrava a operação de combate à corrupção.

Desde abril de 2018, investigações decorrentes da delação da Odebrecht começaram a ser enviadas para os tribunais eleitorais nos estados. Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a competência para apurar e julgar esses casos é da Justiça Eleitoral.

Em São Paulo, a PF decidiu que as investigações ficariam a cargo da Delegacia de Defesa Institucional, encarregada de crimes eleitorais, tráfico de pessoas e pedofilia, em vez da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, a Delecor, que já integra a Lava Jato.

Crusoé questionou a PF paulista para saber quantos delegados e investigadores atuam nos inquéritos eleitorais, mas não obteve resposta. O presidente do TRE-SP também disse desconhecer essa informação. “Eu não sei se vocês sabem qual a estrutura que a Polícia Federal tem nesses casos. Eu não sei. Quando você tiver essas informações até gostaria de saber”, afirmou Padin.

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  1. Muito bom ele ter feito ess declaracao. Tem q mexer neste vespeiro mesmo, mas pq so o fez agora q esta de saida ? Faltou coragem ou esta preparando o campo pra se candidatar a algum cargo eletivo em 2020 ?

  2. Sou forçado a reconhecer que, para condenar petista, nossa justiça é tigrona, já com gente do centro ou da direita, é tchutchucona.

    1. Pelo menos Lula foi condenado. E Jader, Renan, Jucá, Aécio e tantos outros?

    2. Se fosse assim, Luladrão já deveria ter sido condenado a, pelo menos, 500 anos de prisão ...

  3. Considararemos de importancia salutar, o Desembargador PADIN, em vias de estar deixando o TRE, se mostrar preocupado com a produtividade de julgamento da corrupção via TRE. Este começo no final, traduz o que já observávamos empiracamente, na atuação anti-corrupção no Estado Paulista da União Federal. Os leigos estão enxergando o mesmo que o Desembargador PADIN.

  4. o Brasil esta mal... tentando melhorar, mas a justiça e muitos órgãos são péssimos e ajudam os bandidos e corruptos... temos algumas poucas ilhas de excelência como a lava jato e outras ... Rio, uma vara em Brasília, uma aqui e outra acolá

    1. É verdade, não podemos depender da Lava-Jato para tudo. Um dia ela vai acabar. E aí, como fica o combate à corrupção.

    1. Perguntem ao FHC!! Ele sabe tudo pq manda em tio em SAmpa!!!

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