Quem está por trás do filme Dark Horse, sobre Jair Bolsonaro
Ator Jim Caviezel é próximo do movimento conspiracionista QAnon, cujas teses têm sido amplificadas pela Rússia
Listas fictícias de atores improváveis que teriam sido escolhidos para interpretar personagens da história recente do Brasil no filme Dark Horse ganharam as redes sociais nos últimos dias.
A atriz Scarlett Johansson faria Carla Zambelli.
George Clooney faria Cássia Kis.
Tom Cruise interpretaria o patriota que ficou preso na frente do caminhão.
Tudo brincadeira, claro.
Os memes acabaram preenchendo com muito humor o vácuo da falta de informação sobre o filme, que não divulga quem são os seus financiadores.
Mas há algumas pistas sobre quem está por trás da produção.
O que se sabe
Dark Horse (cavalo negro, em inglês) significa azarão. O filme, asssim, fala sobre a disputa presidencial de 2018, em que Jair Bolsonaro aparecia com poucas chances
Como o objetivo é cativar o público no exterior, as gravações estão sendo feitas em inglês.
Quem está envolvido com a produção é o ator Mario Frias (foto), que ficou conhecido no programa Malhação, da TV Globo, e depois virou secretário especial de Cultura de Jair Bolsonaro.
De acordo com reportagem do Estadão, Frias doou, como deputado federal, 2 milhões de reais do Orçamento da União para o Instituto Conhecer Brasil, presidido por Karina Ferreira da Gama.
Karina é dona da Go Up Entertainment, responsável pela produção do filme Dark Horse.
Em entrevista para o canal Conversa Timeline, Mario Frias afirmou que o filme tem doadores estrangeiros que "comungam dos mesmos ideias conservadores". Mas não divulgou os nomes dos patrocinadores.
QAnon
O ator principal, que interpreta Jair Bolsonaro, é o americano Jim Caviezel, que também participou do filme Som da Liberdade.
Esse outro filme já foi criticado por difundir teses do movimento QAnon, do qual Caviezel é próximo.
O QAnon é uma salada de teorias da conspiração.
Seus seguidores acreditam que o ex-presidente Donald Trump está em uma guerra secreta contra uma cabala global de adoradores de Satanás, pedófilos e canibais — o chamado "Estado Profundo" (Deep State) — que domina o mundo.
As teses do QAnon costumam ser avidamente amplificadas pela máquina de desinformação da Rússia, como uma maneira de semear discórdia em democracias, principalmente nos Estados Unidos.
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