Jarbas Araújo via AlepeRaquel Lyra, a governadora, e Álvaro Porto, o presidente da Alepe: laços rompidos

PSDB enfrenta crise interna em um dos poucos estados que governa

15.02.24 14:43

Em Pernambuco, o PSDB tem uma situação única: não só é um dos três estados em 27 onde a legenda governa no Brasil, como é o único onde acumula, também, a presidência do Legislativo. A relação entre os dois poderes, no entanto, não poderia estar pior, com a governadora Raquel Lyra e o presidente da Casa, Álvaro Porto, em cabo-de-guerra.

Segundo informações do Jornal do Commercio, a ala mais próxima da governadora sugere até pedir a infidelidade partidária de Porto, requerendo inclusive o seu mandato dentro da Casa. A acusação é de “misoginia” e teve como estopim o início do ano legislativo no estado, no dia 1º, quando o deputado fez comentários ácidos contra a governadora, sendo gravado por um microfone que ficou ligado.

Quando questionado por um interlocutor por causa dos discursos da governadora e de uma deputada do PSOL, que já haviam durado uma hora, o presidente da Alepe não se segurou. “E o dela [Raquel] eu não entendi nada, conversou merda demais e não disse nada”disse. O interlocutor diz que queria saber que estado era aquele que ela havia retratado, e Porto continua: “Eu também queria saber, está aberto aqui [o microfone], posso até perguntar.”

Raquel ainda estava no plenário quando os comentários foram feitos, e claramente não ficou feliz com o que ouviu. A uma rádio pernambucana, ela classificou a fala como um ato de “violência política”.

“É algo lamentável a ser dito pelo presidente de um poder”, disse, aos microfones da Radio Transamérica. É um ato de violência política o que se passou, às vezes é em gestos, em atitudes, em ações— hoje foi em voz. Lamento porque isso não está à altura do que Pernambuco representa, um diálogo fora de propósito, e revela o que uma mulher sofre nos espaços de poder.”

À época, o presidente reconheceu a falha e disse que “usou uma expressão não condizente com o contexto e local” e que seus comentários não eram referentes “à pessoa da governadora, mas ao discurso proferido por ela”. A guerra dentro do partido, em um dos poucos estados onde possui o comando, ainda segue aberta.

Leia mais em Crusoé: Campos e Lyra não se bicam no Galo da Madrugada

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