Reinaldo Reginato /Fotoarena/Folhapress

Promotor preso no Rio excluiu conta de e-mail após vazamento de delação

03.02.20 14:41

O promotor de Justiça aposentado Flávio Bonazza, preso nesta segunda-feira, 3, no Rio de Janeiro, acusado de receber propina para proteger empresas de ônibus, excluiu uma conta de e-mail logo após a notícia de que um empresário do setor havia fechado acordo de delação premiada.

O episódio foi um dos argumentos apresentados pelo Ministério Público Federal para embasar o pedido de prisão preventiva de Bonazza, decretado pelo juiz federal Marcelo Bretas (foto), da 7.ª Vara Criminal. Segundo o MPF, a ação mostra que o promotor tentou criar embaraço às investigações.

A exclusão da conta de e-mail da Apple ocorreu no dia 31 de outubro do ano passado, logo após a divulgação de notícias informando que Lélis Teixeira (foto), ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio, a Fetranspor, havia fechado acordo de colaboração com a Lava Jato.

Conforme mostrou Crusoé em novembro, Teixeira delatou um amplo esquema de suborno de agentes públicos dos três poderes na esfera estadual para proteger as empresas do setor. Na lista estava o então promotor Flávio Bonazza, que se aposentou naquele mês.

Segundo a denúncia, Bonazza recebeu 1,3 milhão de reais de propina das empresas de ônibus para protegê-las em inquéritos do Ministério Público do Rio que investigavam irregularidades e suspeitas de corrupção nos serviços prestados na cidade. O promotor teria segurado 115 procedimentos abertos em desfavor das empresas do setor.

Ainda de acordo com o MPF, Bonazza retirava pessoalmente a “mesada mensal” de 60 mil reais na sede da Viação Redenter, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Os repasses teriam ocorrido entre junho de 2014 e março de 2016.

Em nota, o advogado Paulo Klein, que defende Bonazza, afirma que “recebe com absoluta indignação a notícia sobre a prisão de seu cliente, uma vez que os fatos datam de 2016 e são baseados exclusivamente nas palavras de criminosos confessos sem qualquer prova de corroboração”.

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  1. É inacreditável, como é que seres humanos desconhecem com todo conhecimento adquirido não sabem que está tudo na nuvem? O mundo mudou.Querem imunidade ? trabalhem sério. Ninguém é mais BABACA de ninguém...

  2. favor corrigir,trata-se de uma das mais antigas empresa de ônibus:viação redentor. agora virou mantra,dizer que trata-se de ilações de criminosos que visam se safar das acusações.esses mantras servem também para aqueles que se beneficiaram dos favores dos delatores.diga-se de passagem,o mp do rj é ou inoperante ou corrupto. as milícias adoram.

    1. E onde vc viu judiciário na notícia, ô stupoire? Ministério Público não faz parte do judiciário. Vai estudar.

  3. adorei o absoluta indignação. .kk estes advogados de corruptos quando se reúnem devem rir muito.. da nossa cara é claro....

  4. Essa prática que fora impressa nos orgãos públicos em todos os poderes da república ,e, que continuam a serem amparadas por quem de direito deveria usar de exemplar punição,nos enxovalha frente ao mundo civilizado e nos envergonha .Aplaudimos de pé os raros homens e mulheres de bem,que heroicamente se submetem a terem comportamentos e caráter ilibados.

  5. Necessidade de correção: Quem está na foto da matéria não é o Lélis Teixeira, como dito no texto, mas o Juiz Marcelo Bretas.

  6. Esses advogados sempre assim , querendo inocentar criminosos. Uma pergunta é diferente defender qualquer cidadão com Problemas na justiça? Ou querer inocentar criminosos? A Grande maioria Confunde Defesa com Inocência . Acho que são coisas diferentes.

  7. É impressionante como advogados de delatados recebem sempre "com absoluta indignação a prisão ou envolvimento de seu clientes". É um jargão dos defensores?

    1. Normalmente bandido anda com bandido. O Klein é confiável? Valha-nos Deus!!!

  8. Será que não há "provas de corroboração"? E as contas bancárias, as movimentações financeiras, os bens adquiridos? Por que encerrou o e-mail logo após a delação? E se ele tiver agido com astúcia, bem ocultando a "mesada", investiga-se os sinais aparentes de riqueza, se são compatíveis com sua renda declarada. E também dos familiares, certo? Há muitas formas de se apurar ganhos ilícitos. Pena que o STF não pensa assim, né Verdevaldo? Né advogados de Adélio Bispo?

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