Pressionado e com popularidade em queda, Bolsonaro muda o tom e passa a defender vacina
Com o aumento da pressão pelo impeachment e a queda de sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro deu um cavalo de pau em sua opinião sobre as vacinas. Depois de passar meses pondo em dúvida a eficácia dos imunizantes no combate ao coronavírus, preferindo atuar como garoto propaganda de medicamentos não recomendados cientificamente (foto), Bolsonaro...
Com o aumento da pressão pelo impeachment e a queda de sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro deu um cavalo de pau em sua opinião sobre as vacinas. Depois de passar meses pondo em dúvida a eficácia dos imunizantes no combate ao coronavírus, preferindo atuar como garoto propaganda de medicamentos não recomendados cientificamente (foto), Bolsonaro disse nesta terça-feira, 26, durante evento do banco suíço de investimentos Credit Suisse, que “brevemente” o Brasil estará entre os primeiros no ranking dos países que mais vacinam contra a Covid-19 "para dar mais conforto à população".
“Brevemente, estaremos nos primeiros lugares, para dar mais conforto à população, segurança a todos e de modo que a nossa economia não deixe de funcionar”, afirmou.
Em seguida, lançou um sofisma. “Sempre disse que qualquer vacina, uma vez aprovada pela Anvisa, ela seria comprada pelo governo federal.”
Bolsonaro recua ao sabor das circunstâncias e da pressão que aumenta sobre ele na sociedade. Por mais de uma ocasião, o presidente disse que não compraria a “vacina chinesa”, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac.
Em outubro do ano passado, disse que o povo brasileiro não serviria de “cobaia” da Coronavac. Próximo à virada do ano, falou que não deveria haver "ansiedade" para a compra da vacina, cujos efeitos colaterais eram desconhecidos. Chegou a ironizar, ao dizer que quem fosse vacinado poderia virar jacaré.
Hoje, já encarnando a versão pró-vacina, o presidente defendeu a possibilidade de empresas comprarem vacinas contra Covid-19 para imunizarem seus funcionários e repassarem uma parte ao sistema público de saúde.
"O governo é favorável a esse grupo de empresários trazer vacina a custo zero", afirmou Bolsonaro.
Também presente ao encontro com investidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou a necessidade de contrapartida. "Para cada funcionário que vacinar, tem que entregar uma para o Sistema Único de Saúde", disse Guedes.
Uma frente de empresários afirmava estar negociando 33 milhões de doses com o laboratório AstraZeneca, que distribui o imunizante em parceria com a Universidade de Oxford. Nesta terça-feira pela manhã, no entanto, a AstraZeneca descartou vender vacinas para o setor privado.
"Todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, (...) não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado. Como parte do nosso acordo com a Fiocruz, mais de 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca (AZD1222) estarão disponíveis no Brasil, em parceria com o governo federal".
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Comentários (10)
Martiniano
2021-01-28 09:50:00Entendendo o governo do Bolsonaro. Na Saúde os Militares, nas três Armas os Médicos, no Meio-Ambiente o destruidor de Florestas Nativas, nas Relações Exteriores um anticientífico e...Salve-se quem puder!
Hildebrando
2021-01-26 23:11:34Não há problema em o presidente mudar.Quem governa e navega deve estar atento à mudança dos ventos porque senão afunda. E afundar o país ninguém quer. O novo lema do governo deveria ser: união e mudança em favor do Brasil!
ANTONIO PAULO DA SILVA RODRIGUES
2021-01-26 22:27:20Se não compra a vacina, não presta, é insensível com a população, se compra, é um sem palavra. vai entender.
Moso
2021-01-26 20:52:01Energúmeno populista que só pensa em eleições, enquanto o país à deriva segue em direção ao abismo.
Oliver
2021-01-26 20:20:34O único plano do genocida é ficar no cargo para blindar a si e seu filho rachid. Todo o resto que ele fala não cola. Sua credibilidade acabou quando rasgou as promessas de campanha. #2022
ROMEU
2021-01-26 20:09:56Lamentavelmente essa é apenas mais uma mentira do Bolsonaro para tentar recuperar a credibilidade perdida em razão de seus disparates contra tudo e contra todos aqueles que prestigiam a ciência. Só que desta vez vai ser mais difícil colar, até porque ele continua tropeçando em suas próprias armadilhas. Continua provocando aglomerações sem uso de máscaras e tentando inverter as próprias falas públicas contrárias às vacinas, em franco desrespeito à memória dos eleitores. Assim é demais!
Sinvall
2021-01-26 19:36:26O ex-capitão e atual Presidente da República começou a ficar preocupado com a possibilidade cada vez mais presente de seu impeachment e agora está mudando a fala, nem mais se lembra da gripezinha. Nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio para refrescar a cabeça. Só que vai ter muita dificuldade em emplacar 2022.
MARCOS
2021-01-26 19:03:41Após a mortandade de mais de 218.000 brasileiros, a máscara do PR caiu mais uma vez.
Nilson
2021-01-26 18:26:29A melhor arma contra politicos com discursos vazios é a pressão popular, bastou cair nas pesquisas pro cara ficar preocupado, afinal sua reeleição não tá na mão como dizia.
Julio
2021-01-26 18:08:15Não demonstra a mínima convicção . Uma simples máscara, para dar exemplo e incentivar o uso, é incapaz de usar. Acho que está querendo enganar os eleitores pois está perdendo seguidores. Parte do gado não que mais segui-lo.