Adriano Machado/Crusoé

Posse no STJ: desconforto com Asfor Rocha e Bolsonaro acompanhado por Otávio Noronha

27.08.20 18:26

Causou desconforto entre autoridades a presença do ex-ministro Cesar Asfor Rocha (foto) no convescote que antecedeu a cerimônia de posse do novo presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, na tarde desta quinta-feira, 27, em Brasília.

Ex-presidente do STJ e hoje advogado, Asfor Rocha foi alvo da Operação Appius, deflagrada pela Lava Jato paulista no ano passado, acusado de receber 5 milhões de dólares de propina da Camargo Corrêa para paralisar a Operação Castelo de Areia, em 2010, quando comandava a corte.

A acusação foi feita pelo ex-ministro Antônio Palocci, em acordo de delação premiada assinado com a Polícia Federal. Asfor Rocha chegou a ter o sigilo bancário quebrado pela Justiça Federal de São Paulo, mas a investigação foi paralisada pelo STJ, que acolheu um pedido do ex-magistrado para enviar o inquérito para o Distrito Federal.

Segundo autoridades presentes, Asfor Rocha distribuiu abraços a ex-colegas de toga durante o encontro na sala de espera do STJ, antes da cerimônia oficial de posse do novo presidente da corte, Humberto Martins, e de seu vice, Jorge Mussi. Houve aglomeração no local, mas todos usavam máscaras.

O evento contou com a presença de todos os chefes dos três Poderes. O presidente Jair Bolsonaro entrou no plenário acompanhado pelo ministro João Otávio Noronha, que deixa a presidência do STJ e é um dos cotados para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal, que será aberta em novembro com a aposentadoria do decano Celso de Mello.

Foi Noronha quem concedeu um habeas corpus em julho que soltou Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente, autorizando a prisão domiciliar dele e da mulher, Márcia Aguiar, que estava foragida. A medida foi revogada pelo ministro Felix Fisher, do STJ, e depois suspensa pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.

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  1. Jair percebeu que para governar diante antro de impunidade e corrupção deveria buscar apoio na mais elite que governa o país há mais de 30 anos ou seja - o CENTRAO. Depois disso o que vier é lucro uma vez que traz gente da estirpe moral de Noronha, Asfor Rocha, Gilmau Mendes, Lewan, Tofinho e por ai vai. São camaradas que visam a continuidade da impunidade, o sepultamento da Lava Jato, o cerco a Sérgio Moro, e possivel acerto à reeleição. Tudo dentro dos conformes como mostra o figurino elameado

  2. Formação de quadrilha é pouco para dizer no que se tornaram as instituições nas mãos desta corja. Depende apenas de nós, cidadãos, para mudar esta situação. A melhor reforma eleitoral está em nossas mãos. Escolhem votar em apenas cinco partidos, se muito, escolhendo os candidatos pela competência, formação e comprometimento com o que desejamos para o nosso país.

  3. Desconforto???? Nãooooo. Nesse ambiente não há desconforto. São todos iguais. O Marcola talvez se sentisse mal no meio dos outros bandidos.

  4. No Brasil não existe três poderes , existe, sim, uma quadrilha de poderes. Isso é tão óbvio quanto o nascer e o por do sol.

  5. Brasil, procure a justiça que lhe interessar mais. Se vc tiver amigos em alguma parte da privilegiatura, arrisca ser plenamente atendido. Justiça mesmo, aquela que esperamos, só para os fracos e trouxas.

  6. Só a Crusoé para cobrir e relatar esses detalhes importantes. A "grande mídia" não se interessa ou não quer tratar dos pormenores. Como dizia o outro, 'o diabo mora nos detalhes," e estamos de olho! Depois é só ligar os pontos soltos. Aí tem. Parabéns a Crusoé!

  7. cada povo tem os mandatários que merecem não votaram no pseudo honesto e contrário à todo tipo de corrupção? agora fale com ele para dar um fim na corrupção que ficou muito maior do era no tempos do governos ladrões desde FHC. O presidente depois de quase 2 anos de governo ainda não deu uma satisfação a população sobre as 11 malas de dinheiro encontradas no apto do deputado Gedel Vieira capacho de Michel Temer, porquê nenhum repórter ou interessado não pergunta a ele o que foi apurado?

  8. Como César disse quando divorciou de sua mulher: a mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita. Esses políticos e magistrados deveriam estar acima de qualquer suspeita.

  9. Comes e bebes na corte. Só tem canalhas, de toga, de terno e de faixa. A elite da oligarquia do judiciário e do executivo que controlam parte dos poderes segundo seus interesses e conveniências. A sociedade precisa reagir nas ruas e nas redes sociais para continuar mudando esse país. 2018 foi uma farsa. A caminhada deve continuar.

    1. As oligarquias já eram conhecidas e atuantes, tanto assim que o Jair vendeu a ideia da “nova politica”. A farsa veio junto com a faixa no peito e os acordões com os demais poderes por interesses de cada parte a evidenciaram.

    2. Discordo Max, 2018 não foi farsa, pois Bolsonaro não sabia, nem o povo, que havia uma ditadura instalada no Brasil. Desnecessário dizer que é um conselho de 11 membros.

  10. Brasília deveria ser considerada uma nação independente e hostil. Nenhum alinhamento com a sociedade honesta e trabalhadora

    1. Que país é esse?... Ninguém vê indícios pra investigar esse #noronhavergonha

    1. Alberto (Belém-Pa). Margarida, não era no governo mas sim no parlamento, mais especificamente no "baixo clero" da Câmara Federal.

    2. Paulo, bolsonaro estava há 28 anos no governo. como não sabia de nada?

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