Por que os EUA cortaram os vistos de estudantes estrangeiros matriculados em cursos 100% online
Na segunda-feira, 6, o Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP, na sigla em inglês), um órgão vinculado à agência de fronteiras dos Estados Unidos, anunciou que não emitirá mais vistos para estudantes estrangeiros matriculados em cursos 100% online em solo americano. No dia seguinte, diversas universidades protestaram. Um comunicado da Universidade Johns Hopkins...
Na segunda-feira, 6, o Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP, na sigla em inglês), um órgão vinculado à agência de fronteiras dos Estados Unidos, anunciou que não emitirá mais vistos para estudantes estrangeiros matriculados em cursos 100% online em solo americano.
No dia seguinte, diversas universidades protestaram. Um comunicado da Universidade Johns Hopkins (foto) disse que trata-se de uma "decisão draconiana" que afetará "a maior parte dos estudantes estrangeiros".
Em geral, a medida foi vista como uma decisão política do presidente Donald Trump. Para alguns, Trump está retomando sua campanha contra imigrantes e quer expulsar principalmente os estrangeiros chineses. Para outros, o presidente busca pressionar as instituições educativas a voltarem com cursos presenciais. Em mensagens no Twitter nesta quarta, 8, Trump disse claramente que as escolas devem voltar às aulas.
Para o advogado Alexandre Piquet, especialista em vistos para brasileiros, a medida é mais uma questão burocrática que política. "Esse último anúncio não tem a ver diretamente com o presidente. Para começar, ele não nasceu de um decreto presidencial, como aconteceu com as restrições anteriores de visto", diz Piquet.
Segundo o advogado, o regulamento do SEVP nunca aceitou vistos para cursos 100% online, mas abriu uma exceção por causa da pandemia. O anúncio desta semana foi o de que a agência não irá estender essa exceção. Como há milhares de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, formou-se uma intensa pressão para que a exceção seja ampliada por mais um período.
"Minha impressão é a de que o SEVP acabará cedendo", diz Piquet. "De qualquer forma, será uma decisão que não necessariamente passará pela Casa Branca."
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