Agência Senado

Planilha indica entregas de R$ 1 milhão em hotéis a ex-governador do Tocantins

26.09.19 15:35

Uma planilha da transportadora de valores usada pela Odebrecht para fazer pagamentos ilícitos a políticos em São Paulo indica duas entregas de 500 mil reais a um intermediário do ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (foto), do MDB, em 2014. Ele foi preso na manhã desta quinta-feira, 26, pela Polícia Federal, por suspeita de participar de um esquema que teria desviado 300 milhões de reais dos cofres do governo do estado.

Miranda foi um dos políticos do Tocantins acusados na delação da Odebrecht de ter recebido propina ou usado caixa 2 de campanha nas eleições de 2014, quando se elegeu governador. Na planilha do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, recebeu o codinome “Lenhador”, para quem a empresa teria repassado 1 milhão de reais em outubro daquele ano.

Nos registros da transportadora Transnacional obtidos por Crusoé, constam dois pagamentos a uma pessoa chamada Herbert Brito, no mesmo dia e com a mesma senha dos repasses indicados a Miranda na planilha da Odebrecht. O primeiro, no dia 3 de outubro de 2014, no quarto 668 do hotel Ibis Congonhas, ao lado do aeroporto, com a senha “passarinho”. O segundo, no dia 9 do mesmo mês, no Pergamon Hotel, na rua Frei Caneca, na região central de São Paulo, com a senha “foguista”.

Em depoimento, o delator Mario Amaro, ex-presidente da Saneatins, empresa de saneamento do estado que era controlada pela Odebrecht Ambiental, disse que os repasses ilícitos para Miranda foram negociados com o ex-secretário de governo de Tocantins Herbert Brito, conhecido como Buti. À época da delação, em 2017, ambos negaram as acusações. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal do Tocantins.

Os pagamentos atribuídos ao ex-governador estão na relação de 532 entregas de dinheiro vivo feitas pela Transnacional a mando da Odebrecht e mapeadas por Crusoé. Os pagamentos foram feitos entre janeiro de 2014 e maio de 2015 no valor total de 248,9 milhões de reais e estão vinculados a 90 codinomes.

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  1. É um lamaçal! Esses políticos brasileiros, em sua maioria, entram para política, PARA ROUBAR! Já não basta todos as mordomias que esses crápulas ja tem, ainda se dão ao DESCARADAMENTE de roubar fortunas! Tirando da população recursos para saude, segurança, educação e investimentos.

  2. Odebrecht tem q ser punida sem acordo nenhum, p q seja extinta como foram cidades dizimadas pelo rompimento de barragens. Boa notícia é informar um único político ou funcionário público q ñ se locupletou do dinheiro público. Trincheiras deveriam ser abertas pra enterrar esses assassinos que se arvoraram do país.

  3. Só há dois momentos em que a polícia pega a bandidagem com as calças na mão mesmo. No famoso "reparto", quando brigam e se matam pela divisão do butim - a ganância explode - e a conhecida "deduragem para aliviar meu lado", hoje chamada educada e juridicamente de colaboração premiada. Eufemismo, mas altamente eficaz. Instituto copiado dos USA, está sendo a forma de desmantelar as quadrilhas. Avante Polícia Federal, avante Procuradores e Promotores, Juízes decentes, vocês são guerreiros do Brasil.

    1. Rachadinha entra na sua definição de corrupção e roubo de dinheiro público ? Se entrar tem em peixe grande do PSL... como fica então?

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