Petrobras nega conflito de interesses
A Petrobras negou em nota a existência de conflito de interesse no fato de o presidente da estatal, Pedro Parente, ser sócio do presidente da JP Morgan no Brasil, José Berenguer. “O simples fato de o Pedro Parente e José Berenguer participarem minoritariamente de veículo de investimento gerido por terceiros não constitui conflito de interesses”,...
A Petrobras negou em nota a existência de conflito de interesse no fato de o presidente da estatal, Pedro Parente, ser sócio do presidente da JP Morgan no Brasil, José Berenguer.
“O simples fato de o Pedro Parente e José Berenguer participarem minoritariamente de veículo de investimento gerido por terceiros não constitui conflito de interesses”, diz a nota.
A sociedade foi revelada por Crusoé na tarde desta sexta-feira. A reportagem mostra que a estatal antecipou um pagamento de 2 bilhões de reais para o banco em empréstimos que venceriam apenas em 2022.
A nota emitida pela estatal nega que a antecipação signifique algum tipo de favorecimento ao JP Morgan.
A Petrobras afirma ter obtido lucro com a operação, e que ela foi devidamente comunicada às autoridades. “O pré-pagamento implicou um ganho de R$ 74,39 milhões (US$ 20,27 milhões) para a companhia. Essa operação foi devidamente divulgada em Comunicado ao Mercado de 11/05/2018 e tinha previsão contratual específica.”
A seguir, a íntegra da nota:
"O pré-pagamento realizado pela Petrobras ao banco JP Morgan implicou um ganho de R$ 74,39 milhões (US$ 20,27 milhões) para a companhia. No caso específico, a taxa original do empréstimo era de Libor de seis meses mais 2,50% ao ano, enquanto na data do pagamento antecipado a companhia captava por Libor de seis meses mais 2% ao ano para prazo equivalente, gerando resultado positivo para a Petrobras. Essa operação foi devidamente divulgada em Comunicado ao Mercado de 11/05/2018 e tinha previsão contratual específica.
Faz parte da política de gerenciamento da dívida da Petrobras, considerando a meta de desalavancagem de seu Plano de Negócios e Gestão 2018-2022, o pré-pagamento de operações com taxas mais elevadas e sua substituição por captações com taxas mais atrativas, tendo sido realizadas 55 operações dessa natureza nos anos de 2017 e 2018 no volume total de US$ 28,9 bilhões e que envolveram outras 24 instituições financeiras.
Todas essas operações, inclusive a acima citada, foram analisadas pela área técnica da diretoria de Finanças da Petrobras e aprovadas pela diretoria executiva sem quaisquer modificações, pois regras de governança da Petrobras não permitem que decisões dessa natureza sejam tomadas isoladamente por nenhum de seus executivos.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, é titular de participação minoritária na empresa Viedma, que constituiu um veículo de investimentos chamado Kenaz Participações, no qual o senhor José Berenguer também é sócio. O JP Morgan não participa da Viedma ou da Kenaz.
O simples fato de o Sr. Pedro Parente e o Sr. José Berenguer participarem minoritariamente de veículo de investimento gerido por terceiros não constitui conflito de interesses.
A decisão pela rolagem da dívida mencionada foi tomada pela administração no exclusivo interesse da Petrobras, acarretando benefícios concretos para a companhia, conforme a melhor prática de gestão financeira, cujo mérito não pode ser questionado por insinuações superficiais."
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Comentários (10)
Turini
2018-05-29 10:45:13Concordo com o ultimo paragrafo, mas por isso mesmo, a patuleia deveria ser melhor esclarecida....uma vez que o assunto veio a publico...ou não? ...temos que tomar o remédio mas ..sem ler a bula...
AMAURI
2018-05-28 18:53:00A troca dos contratos com redução de juros parece-me perfeita e a questão não é esta e sim se existiu o devido comunicado que ele possui uma parte relacionada com a empresa. Vamos checar as Demonstrações Financeiras para conferir. Se estiver lá e estas foram aprovadas em assembléia dos acionistas, fim de conversa.
Plinio
2018-05-28 15:00:31Nesse caso, nomear parentes deixou de ser crime.
Saulo
2018-05-28 10:52:47Ei, Crusoé, vou uma uma informação pra vocês denunciarem e explodirem o setor bancário: os bancos recebem a poupança de pobres velhinhas e emprestam o dinheiro pras grandes empresas do país!
Arnaldo
2018-05-27 13:46:49A Crusoe ouviu a Petrobras antes de publicar a matéria?
FRANCISCO
2018-05-27 10:36:20A capacidade de decisão deste senhor é assombrosa. Um verdadeiro gênio escolhido a dedo pelos gênios que comandam a nação.
Ricardo R.
2018-05-27 08:47:03E se Pedro Parente soubesse do risco real do não pagamento por parte da Petrobras de suas dívidas aos credores até 2022 e que ele certamente não seria mais presidente da Petrobras? Sabendo que o risco era muito grande, convenceu ou não convenceu ou assustou o presidente do banco? A sociedade que fez com o presidente do banco um ano após ser nomeado presidente da Petrobras seria suspeita?
Flavio
2018-05-27 05:27:16Aparentemente 100% esclarecido. Acho que a Crusoé poderia ter mais cuidado num próximo "furo" e não tirar conclusões fortes precipitadamente.
Jair
2018-05-27 00:07:32Pisaram na jaca Crusoé.
Sheila
2018-05-26 23:48:37Tem sempre explicações prontas...