Parentes de ministros atuam em julgamento bilionário nesta tarde no STJ
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça julga nesta quarta-feira, 21, uma disputa bilionária entre a prefeitura do Rio de Janeiro e a concessionária Lamsa pelo controle da Linha Amarela, uma das principais vias da cidade. No dia 16 de setembro, o presidente da corte, Humberto Martins, decidiu suspender liminares da Justiça do Rio...
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça julga nesta quarta-feira, 21, uma disputa bilionária entre a prefeitura do Rio de Janeiro e a concessionária Lamsa pelo controle da Linha Amarela, uma das principais vias da cidade.
No dia 16 de setembro, o presidente da corte, Humberto Martins, decidiu suspender liminares da Justiça do Rio que atendiam à empresa e devolveu o trecho viário à gestão do prefeito Marcelo Crivella.
Crusoé apurou que, nos bastidores, escritórios de parentes de ministros do STJ e do STF vêm atuando intensamente no caso. A expectativa é que, no julgamento desta quarta-feira, 21, um dos ministros peça vista dos autos, o que faria a pauta voltar à corte somente em 2021 - atendendo aos interesses da concessionária.
A Lamsa e a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias haviam conseguido, junto ao Tribunal de Justiça do Rio, decisões que impediam a prefeitura de retomar a administração da Linha Amarela. Em setembro, ao decidir em favor do município, Humberto Martins anotou que "é necessário destacar a importância da Linha Amarela na vida de milhares de habitantes da Cidade do Rio de Janeiro". "As apontadas máculas desse contrato, reconhecidas unanimemente pelo Executivo e pelo Legislativo Municipal, causam lesão à ordem administrativa", emendou.
"Ante esse quadro, considero que impedir o Chefe do Executivo, autorizado pela Câmara Municipal, de encampar esse serviço público e de responsabilizar-se pela administração direta desse serviço causa lesão à ordem pública e administrativa do Município do Rio de Janeiro, razão pela qual defiro o pedido de suspensão das decisões apontadas, autorizando, portanto, a encampação do serviço público da Linha Amarela", diz ainda a decisão do presidente do STJ.
Em recurso à corte, a concessionária argumenta sofrer graves prejuízos para cumprir o contrato caso a decisão de Martins seja mantida. Já a entidade que representa as empresas do ramo sustenta que a lei municipal por meio da qual a prefeitura retomou o controle da via é inconstitucional.
Atualização - No início do julgamento, o relator, Humberto Martins, votou pela manutenção de sua decisão. O julgamento foi interrompido pelo pedido de vista do ministro João Otávio de Noronha.
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Comentários (10)
Vera
2020-10-22 07:17:08Moro seria nosso orgulho como presidente mas não vão deixá-lo governar ! É tudo muito podre pra ele fazer alguma coisa ! Sózinho para organizar essa bagunça !
Vera
2020-10-22 07:14:14OJudiciário é o que mais indigna a nação ! Usam as brechas da lei para conduzir os processos na direção que lhes interessa ! De justiça não tem nada !
Maria
2020-10-21 23:02:40Só MORO 2022 para moralizar este país infestado e administrado por corruptos!!
Alberto
2020-10-21 19:50:27Alberto (Belém-Pa). Até quando vamos conviver com situações abjetas como essa ? O mundo precisa saber dessas coisas que acontecem nas instituições do judiciário brasileiro, infestadas e dominadas por castas que se revezam em seus comandos. Urge se reformar, de cabo a rabo, o viciado, dispendioso e ineficiente sistema judiciário brasileiro.
Marcelo
2020-10-21 17:45:25Capitanias hereditárias no judiciário e no congresso.
Rosileine
2020-10-21 16:27:01Brasil dominado em todas as areas
Antonio G
2020-10-21 16:20:03Essa informação de bastidores parece ser algo ilegal, me dá a impressão. Espero que em breve a Crusoé descubra a verdade sobre os escritórios e a influência deles nas decisões dos tais parentes.
MARIA
2020-10-21 15:54:41Ilusão achar que Moro sozinho poderia exterminar a corja de ratos que infestam o congresso.
FRANCISCO
2020-10-21 15:33:50Nepotismo e corrupção no judiciário. Quer mudanças? Moro Presidente!
Heloisa
2020-10-21 15:09:37“No Rio de Janeiro a milícia não é um poder paralelo. É o Estado” Infelizmente estamos encaminhando a passos largos para sermos uma Brazuela. Há uma simbiose entre milícias e poder público.