Oposição na Polônia aposta tudo nas eleições deste domingo
As eleições parlamentares na Polônia, realizadas neste domingo (15), ganharam tanta importância nas últimas semanas que agora são consideradas as mais importantes desde o fim do comunismo no país, em 1989. Isto porque o país, a quinta maior população da União Europeia, pode dar um inédito terceiro mandato ao partido Lei e Justiça (PiS, em...
As eleições parlamentares na Polônia, realizadas neste domingo (15), ganharam tanta importância nas últimas semanas que agora são consideradas as mais importantes desde o fim do comunismo no país, em 1989. Isto porque o país, a quinta maior população da União Europeia, pode dar um inédito terceiro mandato ao partido Lei e Justiça (PiS, em polonês), garantindo a hegemonia do bloco de direita conservadora no país.
Até este sábado, o partido tinha a vantagem sobre o principal concorrente, o partido de centro Coalizão Cívica (KO), que foi criada justamente como oposição a Jaroslaw Kaczynski, que é quem de fato dá as cartas sobre o partido no poder. O fato de o PiS ter 37% dos votos contra 30% do KO mostra que o país está profundamente dividido, uma vez que ambas as plataformas não concordam em quase nada na condução do país de 38 milhões de habitantes.
Desde que Kaczynski e seu partido assumiram o governo polonês em 2015, os poloneses apostaram em uma onda nacionalista que culminou com a redução ao máximo dos direitos ao aborto no país, assim como perseguição a veículos de imprensa no país. Em 2017, o PiS conseguiu passar no parlamento uma lei que alterava drasticamente o formato da suprema corte do país, levando vários ministros à aposentadoria e garantindo novas nomeações ao partido. Desde então, Varsóvia e a União Europeia - do qual o país faz parte - entraram em rota de colisão, com ameaças diplomáticas a ambos os lados.
Já a KO tem como líder Donald Tusk, que tem o perfil oposto ao PiS: ex-primeiro-ministro, Tusk foi o presidente do parlamento do Conselho Europeu. A base do partido é, antes de tudo, anti-PiS ao defender maior aproximação com a União Europeia. Para os eleitores do KO, mais jovens e urbanos, um terceiro mandato de Kaczynski deixaria a Polônia ainda mais deslocada do mundo moderno.
Pessoalmente, Tusk e Kaczynski já trabalharam juntos a Lech Walesa, o legendário ícone da liberação da Polônia comunista, mas há duas décadas eles já não se toleram.
Caso as pesquisas se confirmem, nenhum dos dois partidos terá a maioria para comandar a Polônia. Isso traz mais atenção a partidos menores: o primeiro é o Confederação (KWiN), que é mais à direita do PiS e que, com sua base anti-UE e libertária, pode levar cerca de 10% das cadeiras do parlamento; outra coalizão é a chamada Terceira Via (TD), que pode arrebanhar 11% das cadeiras e beneficiar Tusk.
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