O Sistema S do Rio pós-delação de Orlando Diniz
A delação premiada de Orlando Diniz (foto), o ex-presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, resultou nas denúncias da Lava Jato contra advogados renomados acusados de integrarem um esquema de desvio de dinheiro do Sistema S, mas pouco impacto provocou no comando da entidade que administra esses recursos. O atual presidente da federação, Antônio Florêncio...
A delação premiada de Orlando Diniz (foto), o ex-presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, resultou nas denúncias da Lava Jato contra advogados renomados acusados de integrarem um esquema de desvio de dinheiro do Sistema S, mas pouco impacto provocou no comando da entidade que administra esses recursos.
O atual presidente da federação, Antônio Florêncio de Queiroz Junior, era o vice de Orlando Diniz quando ele foi preso, no início de 2018, e integrava a diretoria que foi condenada pelo Tribunal de Contas da União a devolver mais de 58 milhões de reais aos cofres do Sesc e do Senac estaduais por um convênio considerado ilegal.
Queiroz também nomeou como seu assessor na presidência da Fecomércio um funcionário que foi preso junto com Orlando Diniz sob a acusação de obstrução de Justiça. Marcelo Novaes continua atuando junto à cúpula, inclusive como porta-voz da entidade no Rio.
A atual composição política na entidade garantiu até espaço no Sesc fluminense para um aliado de José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio, a CNC, com quem Orlando Diniz travou uma disputa pelo controle da entidade no passado. Mesmo condenado pelo TCU, Tadros permanece com enorme influência sobre as federações e retaliando adversários.
Na semana passada, os presidentes da Fecomércio em Sergipe e Santa Catarina conseguiram uma liminar da Justiça para anular inquéritos abertos pela CNC contra eles depois que denunciaram supostas irregularidades da atual gestão de Tadros ao TCU.
Todas as ações penais e investigações envolvendo corrupção no Sistema S do Rio estão paralisadas desde o início do mês por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
A decisão beneficiou, entre outros réus e denunciados, os advogados do ex-presidente Lula e Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro. Todos foram destinatários de milhões de reais do Sistema S, que receberam verba pública por meio de contratos de advocacia da Fecomércio considerados fraudulentos pela Lava Jato. Eles negam as acusações.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (4)
Wanderlei
2020-10-25 06:53:29O sistema S devia de ser extinto pois é mais um cabide de emprego que dá margem à corrupção como o caso do Rio. Onde o beiçola se faz presente mesmo à distância com certeza tem sujeira.
Inês
2020-10-24 23:16:22Nas terras tupiniquim, na mais alta corte da justiça, um pária é enaltecido pelo presidente do senado que engavetou a lava toga, infelizmente, a maioria do povo, pagador de impostos tem um sentimento de impotência diante da corrupção, a pergunta é, qual a origem da passividade brasileira, quem criou o salvador da pátria nas eleições, porque a releição foi comprada, porque o congresso do Brasil é mais oneroso do mundo aos contribuintes, o momento exigir uma constituinte, joga no lixo a CF 88.
SÉRGIO
2020-10-24 19:41:35Por que será que o "beiçola" mandou parar todo esse processo, hein ?! Como vimos na reportagem de capa desta semana, tem parentes envolvidos no caso. Simples assim ... Ah, então tá bom !
Francisco
2020-10-24 16:58:29Gilmar está em todas, sempre ele.