Adriano Machado/Crusoé

O relato do servidor da Saúde sobre a pressão para a importação da Covaxin

25.06.21 17:45

Autor da denúncia sobre a possível corrupção na compra da Covaxin, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, detalhou nesta sexta-feira, 25, à CPI da Covid a pressão sofrida por superiores para liberar a importação do imunizante indiano.

O funcionário público identificou quem o intimidou: Alex Leal Marinho, ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos, Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística em Saúde, e Marcelo Bento Pires, ex-diretor de Programa do Ministério da SaúdeOs nomes, disse Luis Ricardo, foram repassados ao presidente Jair Bolsonaro durante a reunião realizada em 20 de março, no Palácio da Alvorada.

Indagado como se deu a pressão pela adoção de medidas para permitir a importação da vacina desenvolvida pela Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos, Luis Ricardo foi sucinto. “Detalhes, perguntando se acionou a empresa, se já conseguiu documentação, se já foi protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa. Sempre sobre o andamento, mas com bastante constância“, narrou.

Na sequência, o relator da CPI, Renan Calheiros, perguntou quando o servidor notou que a pressão poderia ser um sinal de irregularidades ou favorecimentos. Luis Ricardo não citou datas, mas relembrou o caso.

Com essa pressão e a forma que a gente recebeu os documentos, toda a equipe do setor não se sentiu confortável. Como meus dois superiores internos no Ministério da Saúde estavam me pressionando, acionei meu irmão, que repassou ao presidente“.

Questionado se reportou as cobranças atípicas a outras autoridades no ministério, o funcionário público respondeu que não. “Porque esses dois [Alex Leal Marinho e Roberto Ferreira Dias] eram meus superiores“, explicou.

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