A disputa pelo voto pet em São Paulo
Quatro dos cinco principais candidatos a prefeito de São Paulo incluíram, neste ano, propostas para assistência a cães, gatos e outros animais de estimação em seus planos de governo. Nos documentos, que integram parte da candidatura e que são o desenho mais amplo do que as candidaturas esperam de um possível governo, pela primeira vez...
Quatro dos cinco principais candidatos a prefeito de São Paulo incluíram, neste ano, propostas para assistência a cães, gatos e outros animais de estimação em seus planos de governo.
Nos documentos, que integram parte da candidatura e que são o desenho mais amplo do que as candidaturas esperam de um possível governo, pela primeira vez o tema é levado a sério, após anos de debate nacional sobre a questão.
O plano mais ambicioso parece vir de Tabata Amaral (PSB), que está em quinto lugar na corrida eleitoral. A deputada federal promete, caso eleita, ampliar programas de proteção a animais domésticos, promover feiras de adoção pela Prefeitura (que já tem um serviço de adoção em sua central de Zoonoses), facilitar o acesso à castração de animais domésticos e criar uma rede de farmácias populares para medicamentos veterinários, operando junto aos hospitais veterinários públicos que a cidade possui (não há a proposta de novas unidades hospitalares).
José Luiz Datena (PSDB), o apresentador de TV que entrou na disputa na última hora, incluiu suas promessas com o público pet na parte de meio ambiente do seu plano de governo. Ele promete, entre outras metas, "ampliar o atendimento público a pets, por meio de hospitais e clínicas veterinárias, e promover campanhas massivas de vacinação, castração e doação, especialmente em parceria com entidades de defesa dos animais e com organizações não governamentais" e "facilitar as condições de viagens em transporte público com pets."
O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) dedicou uma linha aos animais em seu plano de governo. "Intensificaremos ações de saúde e bem-estar animal, com o combate aos maus-tratos aos animais e fortalecimento dos hospitais veterinários municipais", garantiu em seu plano.
Guilherme Boulos (PSOL), que está empatado na liderança com Nunes, colocou a proteção animal em três das 119 metas de seu governo. Uma defende uma certa "Política Municipal de Proteção dos Animais" — não fica claro se esta política se dará por leis aprovadas na Câmara ou decretos e portarias. Além disso, a campanha apoiada pelo PT defende a ampliação da fiscalização do tráfico de animais e dos maus-tratos, além da instalação de novos hospitais veterinários públicos e um sistema de identificação dos animais.
Pablo Marçal (PRTB), que está tecnicamente empatado com Datena em pesquisas recentes, ainda não apresentou um plano de governo.
Todos os demais candidatos inscritos até o momento não colocaram propostas sobre o tema em seus planos de governo. Todos os arquivos estão disponíveis em uma plataforma própria do TSE.
O tema ganhou notoriedade política no último ano, principalmente com ações da primeira-dama Janja. Às vezes em ações mais espalhafatosas que o normal e que soam a autopromoção, a esposa do presidente adotou um cachorro nas enchentes do Rio Grande do Sul— levando junto a outro cachorro que ela adotou quando o presidente esteve preso em Curitiba.
Outro momento ocorreu quando Janja e Lula buscaram explorar politicamente a morte do cachorro Joca, ocorrida durante um voo da Gol em abril. A comoção popular sobre o tema levou o Congresso Nacional a debater a questão, o que deve levar a mudanças na legislação sobre o transporte de animais em aviões no futuro.
Leia na Crusoé #316: A mãe dos bichinhos pobres
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Albino
2024-08-14 11:34:34O mundo já não cabe nem os seres humanos, não damos conta nem da fome e da pobreza…a estupidez humana não tem limites…