O instinto de autopreservação dos deputados italianos
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte (foto), renunciou ao cargo nesta terça, 26, depois que o partido Itália Viva retirou seu apoio ao governo. Apesar disso, a chance de que o presidente Sergio Mattarella convoque uma eleição antecipada é baixa. A expectativa é de que os deputados (foto) acabem costurando uma nova coalizão de governo,...
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte (foto), renunciou ao cargo nesta terça, 26, depois que o partido Itália Viva retirou seu apoio ao governo. Apesar disso, a chance de que o presidente Sergio Mattarella convoque uma eleição antecipada é baixa. A expectativa é de que os deputados (foto) acabem costurando uma nova coalizão de governo, com outros partidos.
Há duas razões para acreditar que o desfecho será esse. A primeira é que, no ano passado, os italianos votaram em um referendo para reduzir em um terço o número de cadeiras de deputados e senadores. "Quando um Parlamento passa a ter menos cadeiras, isso tende a resultar em menos partidos. Portanto, parlamentares de partidos menores têm agora um incentivo pessoal para apoiar a negociação para uma nova coalizão", diz Matthew Bergman, professor de política comparada na Universidade de Viena, na Áustria.
A outra razão é que as pesquisas de opinião pública sugerem que, em uma possível eleição, o partido Liga, de Matteo Salvini, e outras siglas de direita poderiam alcançar a maioria das cadeiras. "Portanto, não apenas há incentivos para que legisladores de partidos menores apoiem um acordo, mas também há motivos para parlamentares moderados e de esquerda apoiarem a realização de um acordo", diz Bergman.
O presidente Sergio Mattarella não pode dissolver o Parlamento e chamar uma nova eleição nos últimos seis meses de seu mandato, que acaba em janeiro de 2022. Assim, uma nova eleição só poderá ser convocada até julho deste ano ou depois de janeiro do ano que vem. O prazo limite para que uma eleição seja realizada é maio de 2023.
Depois que o pleito finalmente acontecer, o novo Congresso deverá ter menos integrantes e menos partidos. Ações como a do partido Itália Viva, que com apenas 3% das intenções de voto derrubou o governo, passarão a ser mais esporádicas.
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Comentários (5)
Mc
2021-01-28 08:56:13E porque não convocar novas eleições se os 3% de parlamentares pode derrubar um governo ? A vontade popular não interessa aos políticos que querem se segurar no cargo.
CARLOS
2021-01-27 20:43:01Renunciou de mentirinha. Logo ele volta.
Alberto
2021-01-27 17:44:57Eis aí uma experiência que deveria ser implementada em nosso país.Nesse sistema de governo, a responsabilidade do parlamento se sobrepõe a interesses políticos partidários. Isso não acontece em nosso sistema. Redução de um terço do número de cadeiras na Câmara e no Senado, conforme proposto, nos apresenta como um bom exemplo disso. O atual sistema de governo do Brasil não serve ao país. Serve aos interesses políticos. Há décadas o país não se desenvolve. Deteriora-se com o passar do tempo.
Sônia
2021-01-27 17:17:22Aqui no Brasil temos cerce de mais de 20 partidos ,SEM EXPRESSIVIDADE ,SEM COERÊNCIA ,ATRACADOS NO FUNDÃO ELEITORAL E LOTADOS DE FICHAS SUJAS COM PROCESSOS .PASSANDO DA HORA DE FAXINAR ESSA LATRINA
Clarice
2021-01-27 17:13:55Seria boa coisa aqui no Brasil a gente tb fazer um pleibicito para redução do número de parlamentares em todos os níveis ! Câmaras federais, estaduais e municipais ! Seria uma limpa salutar é uma redução exponencial de gastos ! #rdeducaodeparlamentaresemtodos os níveis