Ricardo Stuckert / PR via Flickr

Na cabeça de Lula, Brasil é polo de resistência contra “extrema-direita”

23.04.24 13:21

Lula recebeu jornalistas para um café da manhã nesta terça-feira,23. Entre questões sobre suas conversas com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e a crise de confiança com a Petrobras (no qual desviou de ambas), o petista tirou um momento para falar sobre o que considera ser a “extrema-direita” e sobre como, em sua visão dos fatos, o país voltou a ter democracia sob seu governo.

“Quando nós voltamos, parece que houve uma alegria internacional com a volta da democracia no Brasil”, disse Lula durante o encontro. “Se você ver a América do Sul você percebe que houve um retrocesso, justamente pelo crescimento da extrema-direita, da xenofobia, do racismo e da perseguição às minorias.

No Brasil, claro, Lula diz que aqui vai tudo muito bem, obrigado. “No cenário mundial, se você olhar o mapa, o Brasil é que é o polo de resistência disso tudo”, continuou. Ele ainda disse que não se importou com o que chamou de “os atos dos fascistas” do último domingo, 21, preferindo fotografar ninhos de joão-de-barro no Palácio do Alvorada no momento.

A tática de culpar os outros — e sempre os outros — agora tem um nome, que para Lula engloba todos os movimentos contrários à ideologia de esquerda na última década na América Latina. Durante toda a reunião, no entanto, ele não citou nominalmente o argentino Javier Milei, nem Jair Bolsonaro.

Outras democracias estariam afetadas, em sua visão, pelo extremismo. A União Europeia está vendo crescer a extrema-direita segundo o presidente brasileiro. Os Estados Unidos já não são mais o exemplo de democracia que foram há décadas atrás (“Os Estados Unidos, que eram o espelho da democracia, da coisa e ordem, do respeito à instituição, está do jeito que está”). E apenas no México, onde o presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador (AMLO) deve formar sua sucessora Claudia Sheinbaum, é onde Lula julga imune do que chama de “extrema-direita”.

Apesar desse desprendimento, presidente revelou que conversou com o presidente francês Emmanuel Macron — muito provavelmente durante o último encontro dos dois, em março — e com Pedro Sanchez, o chefe de governo espanhol, para propor uma reunião com “presidente democratas”. A ideia, argumentou, é enfrentar o que definiu como “o crescimento da extrema-direita e suas matizes”, e seria pensada para ocorrer durante a assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro.

“É um momento novo, em que vale qualquer coisa menos a verdade”, concluiu Lula.

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