Marcos Corrêa/PR

Missão brasileira pode mediar tensões entre Israel e Líbano

11.08.20 08:12

Para além de contribuir para arrefecer os efeitos da tragédia da semana passada em Beirute, a missão brasileira de ajuda humanitária ao Líbano pode assumir um papel de ordem diplomática: mediar as tensões entre o país e seu vizinho Israel. O governo despachará para a capital libanesa medicamentos, comida, médicos voluntários e equipamentos hospitalares. A convite do Palácio do Planalto, a missão deverá ser chefiada pelo ex-presidente Michel Temer, que não esconde seu desejo de colaborar com a pacificação da política libanesa.

A possibilidade de a missão incluir a mediação entre libaneses e israelenses foi levantada em conversas informais entre integrantes dos governos de Brasil e de Israel, mas ainda não existe uma proposta à mesa. Beirute recusou a ajuda humanitária oferecida por Jerusalém e, por isso, a possibilidade de um diálogo entre autoridades dos dois lados é vista com ceticismo. Embaixadores brasileiros ouvidos por Crusoé acreditam, porém, que o momento de comoção internacional pode jogar a favor da aproximação.  

“Uma das tradições da diplomacia brasileira é a sua capacidade de mediar interesses e trabalhar para construir consensos”, analisa um integrante do Itamaraty, que pediu reserva. “Resta saber se o Líbano ainda vai enxergar o Brasil como um mediador confiável nesses diálogos”, emenda outro, referindo-se ao alinhamento político entre Brasília e Jerusalém como um fator complicador para a empreitada.

Do lado israelense, Michel Temer é visto com simpatia. Foi ele quem iniciou a reaproximação entre Brasil e Israel, após anos de relações tensas durante o governo Dilma. O ex-presidente ainda tem a seu favor sua ascendência libanesa, que o credenciou para ser escalado por Bolsonaro para ir a Beirute. Temer dependia de uma autorização da Justiça para sair do Brasil. Acusado de corrupção, ele é réu em duas ações penais movidas por procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, 10, o juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos, autorizou a viagem.

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  1.  O navio que carregou 2.750 toneladas de nitrato de amônio até o porto de Beirute nunca saiu de lá, segundo uma reportagem investigativa do jornal New York Times. A embarcação afundou a poucos metros do epicentro das grandes explosões que deixaram ao menos 158 mortos e mais de 6 mil feridos.

  2. Que palhaçada, não conseguem organizar seu próprio país e vão meter a colher no país dos outros. Isso vai ser uma farra total. Imaginem 11 brasileiros longe de casa, o que pode-se esperar?

  3. Bolsonaro ressuscitou um bandido que saqueou este país durante quarenta anos. Está por aí livre, leve e solto, dando palestras. Deveria estar na cadeia juntamente com a filha bandida, e os outros beneficiados que o cercavam. País da inversão de valores. E o dito mito queria acabar com a velha política. Se apertou com as falcatruas dos filhos, e foi se socorrer do apoio destes bandidos. Até quando o brasileiro vai suportar? Acorda Brasil!!! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷

    1. Saqueou o país por 40 anos? Bom deve ser o nine e seu partido que roubam o país, via desvio de contribuição sindical (que é tributo) , e diretamente após assumir o cofre, tem mais de 50 anos...

    2. Fora Bolsonaro. Fora Pinóquio. IMPEACHMENT JÁ. Volte para os braços dos seus milicianos.

  4. o Brasil está mandando a pessoa certa, pois o Líbano não está sofrendo só com as causas da explosão na zona portuária. Antes já penava com a corrupção institucionalizada e ela foi um dos estopins dessa tragédia, pode não se explica um estoque tão grande de um produto como o sulfato de amônio em um mesmo local. E nós estamos mandando um especialista em Corrupção em Portos... Conhece tudo! Essa é a nova Política????

  5. Mediar as tensões entre Israel e Líbano? É muita pretensão. E completa ingenuidade. E ainda, total desconhecimento do que é o Oriente Médio. No melhor caso, no absoluto terreno das hipóteses, servirá de joguete entre os lados.

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