Ministro do Interior de Maduro ameaça María Corina
Em seu programa de TV, Diosdado Cabello afirmou que a ditadura venezuelana sabe onde a líder da oposição está escondida
O ministro do Interior de Nicolás Maduro, Diosdado Cabello (foto), ameaçou na quarta-feira, 30, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, dizendo que a ditadura da Venezuela sabe onde ela está.
"Edmundo [González] se meteu em uma embaixada no primeiro dia. A outra senhora, [María Corina Machado], ninguém sabe onde está. Sim, sabemos seu paradeiro. Mas ninguém sabe, é preciso fazê-la acreditar que ninguém sabe. Para que ela acredite que é uma super clandestina. Que vive na clandestinidade", disse o ministro de Maduro, em tom de deboche, durante a transmissão do programa Con el Mazo Dando, que apresenta na TV estatal venezuelana.
Desde a fraude eleitoral de 28 de julho, há uma escalada na perseguição aos opositores de Maduro na Venezuela.
A ONG Foro Penal, que atua em defesa dos direitos humanos na Venezuela, denunciou nesta semana que a ditadura de Maduro mantém 1.958 presos políticos, dos quais 1.828 foram detidos após a votação.
Pelo menos 69 são adolescentes de 14 a 17 anos.
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Ministro de Maduro zomba da oposição venezuelana
Cabello também afirmou que a oposição a Maduro tenta fazer aparecer uma “resistência inexistente”.
“Nunca mais saíram, desapareceram”, disse o ministro do Interior, referindo-se à suposta falta de líderes da oposição nas ruas.
“Onde estão então os líderes da oposição? Onde eles estão hoje? E onde está o chavismo? Na rua, curtindo, trabalhando.”
Repressão sem precedentes
A Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU concluiu que a ditadura de Nicolás Maduro adotou uma repressão "sem precedentes" na Venezuela, mergulhando o país em uma grave crise de direitos humanos.
As violações e crimes documentados, que incluem perseguição por motivação política, não são "atos isolados ou aleatórios", diz o relatório divulgado em setembro. Elas são "parte de um plano contínuo e coordenado para silenciar, desencorajar e reprimir a oposição" venezuelana.
“Estamos testemunhando a intensificação do aparato repressivo do Estado em resposta ao que ele considera crítica, oposição ou dissidência”, disse a presidente da missão, Marta Valiñas. “Embora esta seja uma continuação de padrões anteriores que a missão já caracterizou, como crimes contra a humanidade, a recente repressão, pela sua intensidade e natureza sistemática, representa um ataque gravíssimo aos direitos fundamentais do povo venezuelano, cometido apesar dos múltiplos apelos dentro e fora do país ao respeito pelos direitos humanos”.
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