María Corina convoca protesto mundial contra o “bloqueio eleitoral de Maduro”

A líder opositora venezuelana María Corina Machado (foto) convocou os venezuelanos que vivem espalhados pelo mundo a fazer um protesto por eleições limpas e livres na Venezuela no sábado, 6 de abril.

“Temos direito a eleições limpas e livres. Não temos que nos contentar com nada menos do que outras nações democráticas têm e fizemos muitos progressos, pois com as eleições primárias demonstramos ao mundo a força que temos para conseguir esta mudança”, disse María Corina em um vídeo publicado nas redes sociais (abaixo).

Tú, venezolano que vives en el exterior, este mensaje es para ti:

El próximo sábado #6Abr alzamos la voz en varias ciudades del mundo para exigir #EleccionesLibresVzla.

El mundo tiene que ver a Venezuela unida contra el bloqueo electoral y la violación de DDHH.

Nuestro país… pic.twitter.com/Wt9DybladA

— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) April 2, 2024

“Neste sábado, 6 de abril, participe de um grande protesto mundial por eleições limpas e livres na Venezuela contra o bloqueio eleitoral de Nicolás Maduro e a favor da defesa dos direitos humanos”, disse ela. “Não vamos permitir que Nicolás Maduro escolha qual candidato terá pela frente.”

María Corina pediu que os migrantes venezuelanos se dirijam aos consulados para se inscreverem no registo eleitoral, para assim poderem participar nas eleições de 28 de julho. “Se tiver alguma denúncia ou irregularidade que deva ser registrada, faça isso na plataforma Mivotocuenta (Meu voto conta). Neste sábado, 6 de abril, o mundo tem que ver essa Venezuela unida, firme e decidida a avançar até a liberdade“, disse a opositora.

Desespero

O vídeo de María Corina é muito mais um gesto de desespero que de força.

Maduro impediu a candidatura de María Corina, quando o Superior Tribunal de Justiça a inabilitou por quinze anos.

Depois, bloqueou a inscrição de sua indicada, Corina Yoris, que não conseguiu incluir seu nome no site do Conselho Nacional Eleitoral, o CNE.

Um membro da oposição, o diplomata Edmundo González Urrutia, conseguiu se inscrever nos últimos minutos. Sua coalizão tinha esperanças de que poderia substituir seu nome pelo de Corina Yoris, mas o deputado Diosdado Cabello, um dos homens fortes do chavismo, tem dito que essa substituição seria contra a lei.

Brasil

Na semana passada, ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, Lula disse que a inabilitação de María Corina foi algo “grave” e que “não tem explicação jurídica ou política“. Mas foi uma fala isolada.

O Brasil não tem pressionado a Venezuela e Maduro tampouco deu qualquer mostra de retroceder em suas medidas autoritárias.

Não apenas os candidatos da oposição têm sido impedidos de participar, como o regime de Maduro ainda tem dificultado a inscrição eleitoral de venezuelanos em consulados no exterior, o que é uma maneira de tirar votos da oposição.