Mandetta: médico pode usar cloroquina em casos leves se assumir riscos
O ministro Luiz Henrique Mandetta (foto) afirmou nesta terça-feira, 7, que não adotará medidas contra médicos que usarem a cloroquina em casos leves do novo coronavírus. O titular da Saúde ressaltou, no entanto, que o profissional precisa se responsabilizar individualmente pela prescrição. O ministro esclareceu que, por ora, a pasta não vai recomendar oficialmente a utilização...
O ministro Luiz Henrique Mandetta (foto) afirmou nesta terça-feira, 7, que não adotará medidas contra médicos que usarem a cloroquina em casos leves do novo coronavírus. O titular da Saúde ressaltou, no entanto, que o profissional precisa se responsabilizar individualmente pela prescrição. O ministro esclareceu que, por ora, a pasta não vai recomendar oficialmente a utilização da substância para casos mais brandos.
“Se ele quiser se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum. Ninguém vai reter receita”, disse Mandetta. “Mas o médico deve alertar o doente dos riscos que existem, da impressão que ele tem, da pouca literatura que existe sobre o assunto, da pouca evidência científica. Faça até termo de consentimento, se achar que deve”, completou.
Mandetta já havia explicado, em outras oportunidades, que o ministério não recomendaria a cloroquina para pacientes que fazem o tratamento em casa, porque os riscos são altos em razão dos efeitos colaterais. Por isso, a pasta só orienta o emprego da substância, própria para malária, em casos graves e críticos. O protocolo continua valendo.
Essa, no entanto, é a primeira vez que o ministro fala abertamente que médicos podem avaliar se prescrevem ou não a cloroquina nos quadros em que a internação não é necessária, desde que arquem com todas as consequências da decisão.
De acordo com o ministro, houve uma provocação ao Conselho Federal de Medicina nesta terça-feira sobre a prescrição. “Foi solicitado que pegue todas as manifestações, mesmo que espontâneas, verbais, mesmo que sem elemento nenhum, porque não temos, só temos impressão clínica de alguns colegas, e, por dever de ofício, informe as suas observações clínicas. É o Conselho quem pauta isso. Eles que falam ‘ok’ ou ‘não ok’”, afirmou.
Na coletiva de imprensa, realizada no Palácio do Planalto, o titular da Saúde evitou falar sobre os atritos com o presidente Jair Bolsonaro, que quase levaram a sua demissão nesta segunda-feira, 6. "A gente tem de olhar para frente, andar para frente, usar pouco retrovisor e tocar esse barco nosso chamado Brasil".
Ele deixou a mesa antes da apresentação técnica do ministério sobre a evolução da Covid-19 no país, da qual costuma participar. Deixou claro, porém, que o faria para tratar de um processo de compra de máscaras e, não, "pelos problemas da semana".
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Comentários (10)
Geraldo
2020-04-08 13:25:33Um verdadeiro cretino e sínico, se até os MEDICOS que se curaram com o medicamento, por que este senor fica neste chove e não molha? Só teno uma resposta. POLITIQUEIRO
MAURÍLIO43
2020-04-08 12:13:53Só o BOÇALnaro, na sua sapiência cavalar e, infelizmente, acolitado por uma trupe de oportunistas, acha que a cloroquina vai salvá-lo do enrosco sanitário e econômico que enfrentamos. Simplesmente, DESALENTADOR !
Rui
2020-04-08 11:15:35E o Dr. Wip?? Que vergonha!!!
Carlos
2020-04-08 09:51:19Porque Mandetta exagera? A cloroquina é usada no Brasil a mais de setenta anos. Os riscos de efeitos indesejáveis da cloroquina usada por cinco dias são quase inexistentes e muito raros, exceto para pacientes especiais como cardiopatas graves ou com insipiência hepática. Efeitos indesejáveis ocorrem em uso continuado por muitos meses ou anos. Hospitais privados estão usando largamente para salvar os ricos. Os pobres que dependem das ordens do Mandetta não podem usar.
Rosana
2020-04-08 09:51:04levou uma prensa do presidente e passou a admitir a possibilidade de se utiliar as substâncias, né? o Mandeta deve ficar por enquanto mas perdeu minha confiança.
Afranio
2020-04-08 09:26:42Crusoe com 8(oito) chamadas falando do Mandetta. Isso é que é amor.
Tatsumi
2020-04-08 09:08:42Se olharmos para as bulas de remédios vamos ver que a finalidade do remédio está em uma linha e as contra indicações preenchem duas folhas. Por quê seria diferente com o cloroquímica? É claro que os médicos são responsáveis pelo que recomendam. Ou uma determinação de um Ministro da Saúde é mais forte do que salvar vidas?
Eduardo
2020-04-08 08:54:38O ministro Mandetta não tem autoridade para se manifestar sobre ato médico que é regulamentado pela legislação congressual ouvindo o CFM,etc.A prescrição do medicamento é ato solitário (e responsabilidade) do médico assistente em perfeita sintonia com o paciente. Tomar ou não a medicação é decisão única e exclusiva do paciente. E o médico que a prescreveu tem que torcer para dar certo ou não dar nada complicado. Poderá ser processado e perder até as calças. Cautela protecionista é recomendável.
KEDMA
2020-04-08 08:05:08O FDA autorizou o uso da hidroxicloroquina nos Estados Unidos.
Edvaldo
2020-04-08 07:01:54Eu dou médico, já fui delegado do conselho federal de medicina- regional de pernambuco- sei muito bem que tudo que realizamos, somos os responsáveis pelos nossos atos. Não há na constituição brasileira nenhum artigo proibindo atos médicos, realizados por médicos legalmente constituídos. Qual seu conhecimento em deontologia médica e também como infectologista? Vejo- o no momento como político, não como médico.