Macri limita a compra de dólares na Argentina
O Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou nesse domingo, 1º de setembro, que os argentinos não poderão comprar mais de 10 mil dólares por mês. A medida vinha sendo evitada pelo presidente Mauricio Macri (foto), que no início de seu mandato eliminou as restrições para a compra da moeda americana que existiam no governo de...
O Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou nesse domingo, 1º de setembro, que os argentinos não poderão comprar mais de 10 mil dólares por mês. A medida vinha sendo evitada pelo presidente Mauricio Macri (foto), que no início de seu mandato eliminou as restrições para a compra da moeda americana que existiam no governo de Cristina Kirchner.
"Macri precisou de uma margem maior de manobra para renegociar a dívida com o FMI. Como na quarta-feira, 28, ele disse que não tinha como pagar os primeiros empréstimos, o dólar começou a subir e foi preciso conter isso", diz o economista Mauricio Ríos García, de La Paz.
As restrições de Macri são menos amplas do que as que vigoraram no governo de Cristina Kirchner. Desta vez, não há regras para quem atua no comércio exterior nem limites para quem viaja a outros países. Também está permitido sacar dólares das contas bancárias.
A decisão estatal já produziu resultados. Nesta segunda-feira, 2, o primeiro dia em que os limites entraram em vigor, o dólar chegou até a cair um pouco, de 65 pesos para 59 pesos. Porém, o país voltou a ter o dólar paralelo, chamado de "blue", com uma diferença de 5 pesos da conversão oficial.
Apesar do efeito inicial, a preocupação no país é crescente. "Os sinais que o governo tem mandado não recuperaram a confiança do público. Pelo contrário. Essas medidas podem até acelerar a fuga de capitais", diz Ríos García. "A Argentina segue sem anunciar um plano concreto. Nem Macri nem o candidato Alberto Fernández, da oposição, ofereceram alguma solução para esta crise."
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Comentários (10)
ANTÔNIO
2019-09-03 13:58:50Não seria o Macri quem deveria apresentar solução para a crise?
Eduardo
2019-09-03 10:51:16Próxima Venezuela. Com pouco tempo de governo o povo argentino maior produtor e consumidor de carne bovina do mundo estará consumindo cachorros e gatos, que já acabaram na Venezuela.
André
2019-09-02 22:09:43Em breve outra Venezuela, sub-raça Argentina a invadir o Brasil.
Jose
2019-09-02 21:39:05Isso que dá ter pedido o apoio do Messias. Conseguiu ressuscitar os mortos.
Uirá
2019-09-02 21:22:31Nestor Kirchner não resolveu o problema, pois a economia já estava comprometida pelos efeitos da dolarização de fato imposta por Menem. A fraqueza do peso argentino fez com que a dolarização da economia, mesmo que não existisse oficialmente, existisse na economia real, sendo que isto perdura até hj. Os argentinos já estão sentindo um gostinho da realidade que os espera, mas é necessário que se mostre a eles de onde a raiz dos problemas atuais nasceu.
Uirá
2019-09-02 21:13:41Mesmo que Kirchner quisesse fazer um discurso dizendo que combateu a dolarização, isto seria refutado pelo fato de que ela não mexeu em nenhum dos dois elementos: fortalecimento do peso e redução da dívida externa. Esta é a visão, a partir dela um conhecedor da economia argentina pode pegar o fio da meada e tecer a trama que trará até os dias de hj, criando a narrativa para demonstrar que os problemas da Argentina vem de longe e não de hj, que é necessário mais do que retórica e "boas" intenções
Uirá
2019-09-02 21:11:47Portanto, um plano crível deveria no mínimo buscar reduzir ao máximo a dolarização da economia e redução da dívida externa. (a dolarização de hj seria no sentido de dependência do dólar e fraqueza do peso argentino, não de paridade como quando implantado por Menem) Ou seja, a natureza do problema então muda, a raiz é a dolorização representada tanto pela fraqueza do peso argentino quanto pela elevada dívida externa, sendo que a origem principal do problema foi a paridade.
Uirá
2019-09-02 21:03:59Corrigindo e complementando. A paridade não é a raiz atual do problema, mas sim a origem maior. A raiz atual é o atrelamento da dívida pública ao dólar. Desta forma, a paridade implantada por Menem enfraqueceu o peso argentino em duas frentes, dolarização da economia e aumento da dívida externa. Combinando ambas com falta de disciplina fiscal, marca registrada do populismo e, por extensão, do próprio peronismo, a Argentina basicamente se tornou refém do mundo.
Joséf
2019-09-02 18:12:30Quando a Cristina Kirchner voltar não vai ter dólar, mas haverá uma fartura de bolívares. O Maduro vai garantir.
Ivo
2019-09-02 17:26:28Entra governo, sai governo, e a Argentina repete as soluções que não deram certo antes.