JBS bancou mais de 90% do faturamento da empresa de Kassab
As quebras de sigilo bancário apresentadas na denúncia contra Gilberto Kassab (foto) na Justiça Eleitoral de São Paulo por supostos pagamentos ilícitos da JBS mostram que o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista bancou mais de 90% do faturamento de uma empresa de consultoria da qual o ex-ministro e presidente nacional do PSD foi...
As quebras de sigilo bancário apresentadas na denúncia contra Gilberto Kassab (foto) na Justiça Eleitoral de São Paulo por supostos pagamentos ilícitos da JBS mostram que o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista bancou mais de 90% do faturamento de uma empresa de consultoria da qual o ex-ministro e presidente nacional do PSD foi sócio até 2014.
Kassab virou réu na última quinta-feira, 11, acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, caixa 2 e associação criminosa pelo suposto recebimento de 16,5 milhões de reais da JBS, entre os anos de 2014 e 2016. Desse total, segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público paulista, 13,5 milhões foram repassados ao político por meio da Yapê Assessoria e Consultoria, empresa da família Kassab. O restante foi por doação oficial ao PSD.
Na denúncia, à qual Crusoé teve acesso, os promotores chamam atenção para o fato de que 93% do faturamento anual da Yapê entre os anos de 2011 e 2016 provinham de uma mesma fonte pagadora: a JBS. Ao todo, a empresa da família Kassab recebeu 18,1 milhões de reais do frigorífico dos irmãos Batista no período de seis anos.
Em acordo de delação premiada celebrado pelo Ministério Público Federal, Wesley Batista afirmou que usou contratos fictícios e superfaturados da JBS com a Yapê para pagar propina a Kassab, para que ele defendesse os interesses do grupo junto aos órgãos do governo federal. Kassab foi prefeito de São Paulo entre os anos de 2006 e 2012 e ministro das Cidades e da Ciência e Tecnologia entre 2015 e 2019, nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.
Segundo o MP, a JBS usou um contrato de locação de caminhões que o grupo Bertin, comprado pelos irmãos Batista, tinha com a empresa de Kassab. Em 2014, quando o ex-prefeito decidiu concorrer ao Senado, ele teria solicitado nova contribuição ilegal. De acordo com a denúncia, foram 5,5 milhões de reais por meio de um contrato fictício e os pagamentos foram divididos em parcelas de 250 mil reais.
Os pagamentos teriam sido recebidos por intermédio de Renato Kassab, irmão do ex-ministro, e Flávio Chuery, homem de confiança de Kassab tanto no PSD quanto na Yapê. Os dois também foram denunciados pelo MP e viraram réus depois que o juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, recebeu a denúncia.
Extratos de uma conta bancária de Kassab mostram que em 2012, quando ele ainda era prefeito e a JBS já pagava à Yapê, o ex-ministro recebeu diretamente 460 mil reais em depósitos feitos pela empresa familiar.
Em nota, Kassab negou que os recursos recebidos do frigorífico dos irmãos Batista sejam ilícitos. "A defesa irá demonstrar, com farta documentação processual e de forma cabal e inequívoca, que houve a real e efetiva prestação dos serviços dos contratos, com valores adequados e compatíveis com os praticados no mercado, executados mediante relação contratual entre empresas privadas. Os valores foram regularmente recebidos em decorrência de uma atividade empresarial lícita que não guarda relação com eventuais funções públicas, nem com atividade político partidária exercidas", afirmou o ex-ministro, por meio de nota.
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Comentários (10)
Wanderlei
2021-03-15 07:30:04O ka$$ab confia na "justiça".
André
2021-03-14 18:58:57Tem dinheiro pra comprar um ministro......vai dar em nada....é inocente.....só um IRA, ETA, GESTAPO, pra dar um fim nisso.
Ana
2021-03-14 16:21:50Tá sussa! Gilmar anula tudim!
PAULO
2021-03-14 13:55:05O Fachin disse que a justiça evoluiu nos últimos TRINTA ANOS, e que não vislumbra nenhum retrocesso. A justiça Fachin, mudou de patamar com a Operação Lava Jato. Isso é fato. Sempre vigorou a impunidade no que tange crimes de colarinho branco, como esse do Kassab. Kassab é político e recebe essa quantidade de dinheiro da JBS, por meio de consultoria. Eu nasci a noite, mas não ontem a noite. Mas, Kassab pode dormir tranquilo. Gilmar Mendes cuida no "mercadão STF" do segmento de político corrupto.
MARCOS
2021-03-14 12:45:35O corruptor confessa ter pago propina ao corrupto e não vai dar em nada. Está tudo dominado.
Jaime
2021-03-14 12:30:34Kassab DEVE ter recolhido os impostos devido, não? Rapaz, se Kassab NÃO é primário, se já existe acusações contra ele, sou favorável à condenação sumária. Qualquer bandido pé-de-chinelo sabe q, uma vez tendo seu nome no sistema, estará sempre sujo. Pq paranos políticos a coisa é diferente?
Luiz
2021-03-14 11:48:50É um círculo de podridão , onde o povo é só figurante passivo.
Stefano
2021-03-14 11:10:57Kassab pode ficar tranquilo. Aqui no Brasil corrupção não é mais crime. Hehehehe. Viva o Bolsopetismo!!! #wakeupdeadman
Heitor
2021-03-14 10:47:22Consultoria que leva gente para a cadeia? Que raio de conselhos são esses? Pessoas públicas são obrigadas a serem transparentes e não lavrarem documentos com margem de suspeita no cartório como compra de mansões com valores faltantes, por exemplo.
Claudio
2021-03-14 10:23:37É só bater no STF que ta em casa ! Pega nada