Irã prende Narges Mohammadi, ativista Nobel da Paz
Narges Mohammadi foi detida "violentamente" durante cerimônia em Teerã; Ela é uma das principais vozes em defesa dos direitos das mulheres
O regime iraniano prendeu novamente, nesta sexta-feira, 12, a ativista Narges Mohammadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2023.
Mohammadi, de 54 anos, é um dos principais nomes da luta das mulheres iranianas contra a opressão do regime e a obrigatoriedade do véu.
Segundo a Fundação Narges Mohammadi, a ativista foi detida "violentamente" em Teerã durante uma cerimônia em memória de um advogado de direitos humanos que havia sido encontrado morto em circunstâncias controversas.
"A Fundação Narges exige a libertação imediata e incondicional de todos os indivíduos detidos que participavam de uma cerimônia em memória de um advogado para prestar suas homenagens e demonstrar solidariedade. Suas prisões constituem uma grave violação das liberdades fundamentais", diz trecho da nota.
Nobel da Paz
Mohammadi recebeu o Nobel da Paz quando ainda estava presa.
Ela havia sido liberada temporariamente para tratar de uma lesão óssea descoberta após uma cirurgia de emergência, realizada depois de sofrer vários infartos na prisão.
A fundação já vinha alertando sobre as ameaças do regime de prendê-la novamente.
Mohammadi foi condenada a 31 anos de prisão e 154 chibatadas.
Antes de ser libertada, cumpria pena de 13 anos e nove meses por acusações de conspiração contra a segurança do Estado e propaganda contra o governo iraniano.
Nas últimas duas décadas e meia, ela foi repetidamente condenada e encarcerada por sua atuação contra a obrigatoriedade do véu e por sua oposição à pena de morte.
Opressão sobre as mulheres
Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã impõe um rígido código de vestimenta às mulheres, exigindo que elas cubram os cabelos em público.
Uma agência governamental iraniana planeja a inauguração de uma controversa “clínica do hijab”.
Essa iniciativa ocorre em meio a um crescente número de jovens mulheres no Irã que resistem às rigorosas normas religiosas de vestimenta, recusando-se a usar o véu islâmico, conhecido como hijab.
De acordo com informações do portal de notícias Iranwire, baseado em dados oficiais, o regime iraniano atribui a resistência em usar o hijab a problemas psicológicos ou à influência ocidental.
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