Inflação da Argentina desacelera e chega a 20,6% mensal
O Instituto Nacional de Estadística y Censos (INDEC), da Argentina, anunciou nesta quarta-feira, 14 fevereiro, que a inflação mensal foi de 20,6% em janeiro. Assim, o índice desacelerou cinco pontos percentuais em relação a dezembro, quando se registrou 25,5%. Segundo os dados desta quarta, a inflação acumulada dos últimos 12 meses chegou a 254,2%, novamente...
O Instituto Nacional de Estadística y Censos (INDEC), da Argentina, anunciou nesta quarta-feira, 14 fevereiro, que a inflação mensal foi de 20,6% em janeiro.
Assim, o índice desacelerou cinco pontos percentuais em relação a dezembro, quando se registrou 25,5%.
Segundo os dados desta quarta, a inflação acumulada dos últimos 12 meses chegou a 254,2%, novamente batendo recorde do período pós-hiperinflação da virada de 1980 a 1990.
Entretanto, é importante lembrar que esse acumulado decorre de uma espiral inflacionária em que se encontra a Argentina desde o segundo semestre de 2022 — em quase todos os meses de 2023, a inflação acumulada passou dos 100%.
Qual é a responsabilidade de Milei?
Este janeiro foi o primeiro mês completo do governo do presidente, Javier Milei, empossado em 10 de dezembro.
Desde então, é possível sentir efeitos de algumas políticas do libertário.
Em especial, teve a desvalorização de 50% do peso no câmbio oficial, anunciada pelo ministro da Economia, Luis Caputo, em 12 de dezembro — uma medida para reduzir o intervencionismo e desmaquiar a economia argentina.
Também houve desregulamentações e liberalizações de setores da economia determinadas pelo decreto de necessidade e urgência, em vigor desde o final de dezembro.
"Não falaria de um mérito de Milei, mas de algo de um trabalho que está em processo", diz Juan Luis Bour, economista-chefe da Fundação de Investigações Econômicas Latinoamericanas (Fiel).
Bour explica que políticas econômicas específicas do governo de Alberto Fernández ainda deverão impactar a inflação até junho.
Leia também: Por que a inflação da Argentina é maior do que o divulgado
"Ainda existem diversas rodadas de ajuste de preços relativos que foram fixados pelo governo anterior", afirma o economista, que cita como exemplos em energia e transporte.
Ambos os setores já anunciaram reajustes. A passagem da tarifa de metrô na cidade de Buenos Aires, notoriamente abaixo das outras cidades do país, subirá de 125 pesos (55 centavos) a 574 pesos (R$ 2,50) em abril.
Bour estima que a inflação deva permanecer na casa dos dois dígitos, mas abaixo dos 20%, até maio e junho.
Há previsão de mais desvalorização do peso?
Segundo a imprensa argentina, integrantes do governo esperam, nos bastidores, que a situação econômica se agrave ao final de março caso as reformas de Milei não avancem.
Um importante front, o pacotão do projeto de lei ómnibus, caiu no plenário da Câmara dos Deputados no início de fevereiro e não há perspectiva de que se retomem os debates, nem sobre partes do texto separadamente.
Alguns economistas acreditam na possibilidade de uma nova desvalorização do peso ainda em março, o que pode fazer a inflação voltar a acelerar, como em dezembro.
Segundo Bour, "não se pode seguir mais seis meses com esta inflação, mas os ajustes poderiam vir posteriormente".
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Comentários (1)
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2024-02-14 17:28:44Parabéns Milei, aos poucos vc consiguirá reerguer a Argentina. Dará muito trabalho, mas vc é jovem e parece que gosta de GOVERNAR, ao contrário dos esquerdistas que, como Lula e Maduro, não trabalham, e gostam muito de roubar.