Marcello Casal Junior/Agência Brasil

Estudo sobre privatização de UBSs foi ideia do Ministério da Saúde, diz Economia

28.10.20 17:06

A equipe econômica do governo federal afirmou na tarde desta quarta-feira, 28, que partiu do Ministério da Saúde a ideia de iniciar estudos sobre a participação da iniciativa privada na construção e administração de unidades básicas de saúde, as UBSs. Chefiada por Paulo Guedes, a pasta declarou, ainda, que, mesmo em caso de privatização, os serviços continuarão “100% gratuitos para a população”.

A liberação para a análise está prevista em decreto publicado pelo governo federal na terça-feira, 27. A norma incluiu a política de fomento ao setor de atenção primária à saúde no Programa de Parcerias de Investimentos, o PPI.

Em nota, o Ministério da Economia disse que, na pasta comandada por Eduardo Pazuello, entende-se que “a participação privada no setor é importante diante das restrições fiscais e das dificuldades de aperfeiçoar o modelo de governança por meio de contratações tradicionais”.

“A avaliação conjunta é que é preciso incentivar a participação da iniciativa privada no sistema para elevar a qualidade do serviço prestado ao cidadão, racionalizar custos, introduzir mecanismos de remuneração por desempenho, novos critérios de escala e redes integradas de atenção à saúde em um novo modelo de atendimento”, completou.

No texto, a equipe econômica acrescentou que as obras de pelo menos 4 mil UBSs estão inacabadas e, segundo o Ministério da Saúde, consumiram 1,7 bilhão de reais. A pasta alegou que “os estudos que o PPI foi autorizado a fazer devem visar a capacidade técnica e qualidade no atendimento ao sistema público de saúde”.

“Devem ser focados em arranjos que envolvem a infraestrutura, os serviços médicos e os serviços de apoio, de forma isolada ou integrada sob a gestão de um único prestador de serviços, o que possibilita estabelecer indicadores e metas de qualidade para o atendimento prestado diretamente à população.”

A brecha para a privatização das unidades básicas de saúde provocou críticas de especialistas e parlamentares. Na Câmara, deputados protocolaram pelo menos sete projetos para anular o decreto de Jair Bolsonaro.

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  1. Em SP funciona entre o Einstein e a prefeitura, acho. O problema é que este governo Bolsonaro não tem competência sequer para implementar experiências bem sucedidas. Pensem nas pessoas que habitam o fundão do país.

  2. Se a ideia é do ministro capacho é ruim. Esse inepto e incompetente deveria voltar para o quartel. Lá ele lamberia as botas alheias e nos pouparia de ter nesse momento um sujeito como ele a frente de uma pasta tão importante. Talvez a mais importante no momento.

  3. Até onde consigo ver, a ideia parece boa. Se forem empresas idôneas, competentes e modernas, elas podem operar milagres com o orçamento governamental, agregando os princípios da qualidade total a uma logística eficiente e controle de gastos pra evitar desperdícios e corrupção. Seria um sonho. O desafio é acreditar que Bolsonaro consiga selecionar boas empresas pra esse empreendimento...

    1. Suzane — O problema é que estas empresas não existem no Brasil. Você conhece alguma empresa de fato que ofereça bons serviços de saúde?

    1. Cara pálida. A saúde já é privatizada neste país. Quem não tem plano de saúde está literalmente abandonado. E quem tem reclama bastante da qualidade do serviço privado de saúde. Em qual país você vive?

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