“Harvard pode ser hostil aos judeus - mas não com dinheiro público”
Editorial do jornal americano The New York Post defende que, se Harvard insiste em ignorar o combate ao antissemitismo, que faça com o próprio dinheiro

O conselho editorial do The New York Post publicou nesta segunda, 14, um editorial intitulado “Harvard may be free to target Jews — but not on the taxpayers' dime”, em que defende o corte imediato dos repasses federais à universidade de Harvard, sob acusação de conivência com a hostilidade contra judeus em seu campus.
Segundo o texto, se a instituição deseja preservar sua autonomia ideológica e acadêmica, deve fazê-lo com seus próprios recursos, e não com verba pública.
“Que diga adeus aos dólares federais — possivelmente até 9 bilhões de dólares por ano — e comece a gastar seu próprio dinheiro”, diz o editorial, criticando a recusa da universidade em adotar medidas contra a crescente onda de antissemitismo relatada desde os protestos pró-Palestina de 2024.
O Post acusa Harvard de “dar de ombros” para o governo Trump e “recusar-se a adotar medidas para erradicar o ódio aos judeus e a discriminação em seu campus”.
Para o jornal, não se trata de cercear a autonomia universitária, mas de exigir o cumprimento das leis de direitos civis dos Estados Unidos: “Os trumpistas querem apenas que Harvard cumpra as leis de direitos civis e a decisão da Suprema Corte de 2023”.
Em 2023, a Corte havia considerado discriminatórias as políticas de admissão racial da universidade. Harvard reagiu afirmando que “não permitirá que o governo dite o que as universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir”.
O editorial rebate afirmando que a liberdade institucional não dá direito a manter práticas discriminatórias às custas do contribuinte.
O jornal denuncia um ambiente universitário dominado por uma “cultura DEI” (diversidade, equidade e inclusão), que, segundo o texto, “considera os judeus, Israel, os Estados Unidos e o Ocidente como opressores”. O Post sustenta que “isso não faz bem nem aos estudantes nem ao país”.
A crítica mais contundente vai à alegada hipocrisia institucional: “A universidade jamais permitiria, por exemplo, o tipo de hostilidade pós-7 de outubro dirigida aos judeus se fosse contra, digamos, negros”.
O argumento central é que a liberdade acadêmica não implica financiamento automático: “Harvard pode ter o direito legal de operar como um bastião esquerdista hostil a judeus, à América e ao Ocidente. Mas os contribuintes americanos não são obrigados a pagar por isso”.
O Post sugere que o governo Trump feche “a torneira federal de Harvard o mais rápido possível” e desafia a universidade a depender do próprio endowment — uma reserva de cerca de 50 bilhões de dólares. “O quanto antes esses fanáticos ficarem sem dinheiro, melhor para todo mundo.”
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Comentários (1)
Marcelo Tolaine Paffetti
2025-04-15 11:00:26Ocidentais anti-ocidentais! São idiotas atirando nos próprios pés.