Em eleição no Uruguai, esquerda enfrenta fadiga de 15 anos no poder
Assim como a vizinha Argentina, o Uruguai terá eleições neste domingo, 27. Daniel Martínez (foto), candidato da Frente Ampla, coalizão de esquerda no poder há quase quinze anos, deve vencer o primeiro turno com 41% dos votos. O segundo lugar deve ficar com o senador do Partido Nacional Luis Lacalle Pou, com cerca de 23%....
Assim como a vizinha Argentina, o Uruguai terá eleições neste domingo, 27. Daniel Martínez (foto), candidato da Frente Ampla, coalizão de esquerda no poder há quase quinze anos, deve vencer o primeiro turno com 41% dos votos. O segundo lugar deve ficar com o senador do Partido Nacional Luis Lacalle Pou, com cerca de 23%.
Para o segundo turno, Lacalle Pou deve contar com o apoio dos partidos Colorado e Cabildo Aberto, o que o coloca como o favorito para alcançar uma maioria dos votos no dia 24 de novembro.
O baixo crescimento econômico, que este ano deve ficar em 0,4%, o desemprego de 9,2% e o aumento dos índices de violência são os temas que devem definir os votos dos uruguaios. Depois de abrandar o Código Penal para diminuir a população carcerária, o país tem vivido um surto de criminalidade. Entre 2017 e 2018, o número de homicídios cresceu 46% e o de assaltos, 54%.
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Comentários (10)
Uira
2019-11-03 19:17:05De novo, não é privilégio da esquerda, mas comportamento atávico do qual ela não abre mão e no qual enxerga força, não fraqueza.
Uira
2019-11-03 19:15:55Cabe ressaltar ainda que, não obstante haja atritos com o Estado, o liberalismo econômico não nega nem tenta extinguir este, ao contrário do socialismo e do comunismo (pelo menos os de viés marxista). Neste ponto específico, o mercado precisa se readaptar e se desenvolver continuamente para não entrar em descompasso com a realidade social, coisa que as visões de esquerda buscam evitar. Ao invés de se adaptarem à realidade, tentam consistente e persistentemente negá-la.
Uira
2019-11-03 19:11:28As decisões até podem ser mais lentas, mas o processo de auto-análise, depuração, reparo e recuperação são bem mais efetivos e muito menos traumáticos. A flexibilidade da democracia implica em uma redução na agilidade para se tomar decisões, em compensação, o processo de corrigir os desvios ao longo do caminho é bem mais simples e ágil. E talvez seja exatamente por isto que o capitalismo se adapta tão bem à democracia e vice-versa, a liberdade para se readaptar e evoluir sem grandes traumas.
Uira
2019-11-03 19:07:05Além do mais, que indivíduo minimamente consciente da dinâmica do mundo e da humanidade realmente acha que ele será capaz de estabelecer algo que se perpetue indefinidamente e nunca precise ser revisto, corrigido ou extinto? Em uma democracia a alternância de poder não é uma das supostas vantagens? Então o mínimo que se deveria esperar da esquerda uruguaia é que ela faça uma auto-reflexão para se adaptar e evoluir, esta é a verdadeira vantagem da democracia sobre a autocracia.
Uira
2019-11-03 19:04:38Equilíbrio não é um exercício de negação, mas de observação e experimentação criteriosas para que se separe os efeitos positivos dos negativos, buscando alterar o balanço das políticas públicas e sociais para fomentar os efeitos positivos e mitigar ou eliminar os negativos. Vamos ser honestos, qq um que considere ter uma bala de prata para qq problema é alguém que deve ser vigiado com muito cuidado, pq ou ele é um ignorante ou extremamente arrogante.
Uira
2019-11-03 19:00:30Vamos lá, se eles não tiveram vergonha de abrandar o código penal e gerar os efeitos indesejados que agora os está afetando politicamente, então pq deveriam ter vergonha de defender maior severidade das leis penais visando exatamente reverter os efeitos nocivos do abrandamento das penas? Se eles intervieram pesado na economia e ela desacelerou, então pq não podem defender mais liberdade econômica visando exatamente o contrário?
Uira
2019-11-03 18:58:08Se o sujeito não consegue encontrar emprego, então pq ele não pode montar o próprio negócio? Se o Estado é ineficiente para gerar riqueza, então pq isto não pode ficar a cargo do mercado, inclusive para aumentar o orçamento público? Uma coisa é carga tributária, outra é distorcer os mecanismos de concorrência no mercado, reduzindo a eficiência deste e a capacidade de gerar riqueza. Não bastasse sobrecarregar o mercado, o Estado ainda busca de todas as formas impedir que ele gere riqueza.
Uira
2019-11-03 18:54:15Qual é o meio termo entre o que a esquerda uruguaia prega e nega? Se querem encontrar uma solução para os problemas que ele juraram combater e acabaram gerando, então deveriam buscar um meio termo. Nem 8 nem 80. Pq o mercado e o Estado não podem funcionar de forma autônoma, cada uma em seu quadrado, buscando máximo de eficiência? Pq criminosos reincidentes não deveriam ser punidos com penas mais rigorosas? Se alguém recebe uma oportunidade e não a aproveita, pq fará isto da próxima vez?
Uira
2019-11-03 18:47:54Uma sociedade em que as pessoas não se aceitem pelo que são, mas exatamente pelo que não são e, assim, todos possam ser iguais exatamente naquilo em que não compartilham através de uma de uma emulação imposta por um grupo de indivíduos dotados de uma "integridade" que por si só os faz superiores a qq um que não partilhe dos ideais que eles compartilham. Os indivíduos são iguais não pq acreditam em algo, mas pq foram condicionados a assim acreditarem.
Uira
2019-11-03 18:42:43Uma das falácias da igualdade é exatamente esta, a de que é necessário eliminar qq desigualdade, até as naturais, para que assim os indivíduos não possam comparar a sua situação com a de seus pares e se sentirem frustrados. No limite, o que se teria é um bando de clones exatamente idênticos e que se comportassem todos da mesma forma, de onde se pode extrair o apreço do ser humano pela eugenia, racial ou não. A utopia da igualdade tem um quê de eugenia social.