Gilmar ataca cláusula aceita por Fachin que permitiu delação contra Toffoli
Ao defender a anulação da delação premiada de Sérgio Cabral, o ministro Gilmar Mendes (foto) fez duras criticas a uma cláusula do acordo homologado pelo colega Edson Fachin que permitiu ao ex-governador do Rio apresentar os anexos complementares nos quais ele delata Dias Toffoli. A cláusula classificada por Gilmar como "absolutamente ilegal" é a de...
Ao defender a anulação da delação premiada de Sérgio Cabral, o ministro Gilmar Mendes (foto) fez duras criticas a uma cláusula do acordo homologado pelo colega Edson Fachin que permitiu ao ex-governador do Rio apresentar os anexos complementares nos quais ele delata Dias Toffoli.
A cláusula classificada por Gilmar como "absolutamente ilegal" é a de número 17 do acordo, que abria um prazo de 120 dias para a "elaboração de novos anexos" da delação de Cabral, que foi homologada por Fachin em fevereiro de 2020. Na ocasião, os anexos apresentados pelo ex-governador ao Supremo não mencionavam Toffoli.
"Além dos anexos apresentados neste momento, o colaborador se compromete a narrar para a Polícia Federal outros fatos criminosos igualmente graves, os quais eventualmente darão origem a anexos próprios", diz a cláusula 17 do acordo. Por causa da pandemia da Covid-19, esse prazo de quatro meses foi prorrogado mais de uma vez.
Nos volumes do processo aos quais Crusoé teve acesso, o ex-governador detalha as acusações contra Toffoli em depoimento prestado à PF em setembro do ano passado. Foi quando ele acusou o ministro de ter recebido 4 milhões de reais para beneficiar dois prefeitos cassados em julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral. Toffoli nega.
Em meio a inúmeras outras críticas feitas ao acordo de Sérgio Cabral, Gilmar ataca o fato de Fachin ter homologado a delação com essa cláusula, classificada por ele como "bastante sui generis".
No voto contra o acordo incluído na sexta-feira, 21, no julgamento no plenário virtual do STF, Gilmar destaca as “ilegalidades praticadas pela autoridade policial e pelo colaborador que, de certo modo, e com as devidas vênias, acabaram sendo equivocadamente chanceladas pelo eminente relator".
Apesar da crítica, Gilmar votou com o relator Edson Fachin para dar provimento ao recurso da Procuradoria-Geral da República contra a delação de Sérgio Cabral. Os argumentos foram diferentes. Enquanto Fachin disse ser contra acordos feitos pela PF sem aval do Ministério Público Federal, o que o próprio Supremo já autorizou em 2018, Gilmar alegou que o delegado que conduziu o caso violou a competência, ao investigar Toffoli sem autorização da corte.
Embora Fachin tenha chancelado todos os atos da PF até o pedido de abertura de inquérito para investigar Toffoli, o que ele negou na semana passada, Gilmar argumenta que o delegado cometeu abuso de autoridade ao fazer uma apuração prévia para verificar se a delação de Cabral contra Toffoli tinha fundamento antes de formalizar o pedido de investigação e defendeu uma apuração sobre a conduta dele.
Até a noite de sexta-feira, 21, o placar no plenário virtual estava em 3 a 1 contra a homologação do acordo, segundo o STF. Além de Fachin e Gilmar, Kassio Marques também votou pela anulação. O ministro Luís Roberto Barroso votou a favor da homologação do acordo. No plenário virtual, os demais ministros têm até o próximo dia 28 para apresentar seus votos.
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Comentários (10)
MARCELO
2022-01-08 22:34:16Ministros do Supremo, parlamentares e desembargadores são seres especiais. Eles são deuses e merecem foro privilegiado, pois vivemos numa república de bananas.
JO EL
2021-09-06 23:11:16Nota-se neste beicola a essencia do corporativismo e falta de um minimo de vergonha na cara para com o povo brasileiro que pagamos a fortuna que nos custa esta casta e sao os principais responsaveis por este estado de inseguranca juridica que estamos vivenciando e que podera nos levar a quebra do estado democratico de direito e possivel convulsao social. Sao uns despreparados e de mal carater. Urge escolha dos proximos, que sejam juizes de carreira e de carater para a grandeza do cargo.
Vimar Maddarena
2021-09-06 11:22:43Será que viverei para ver Esse Supremo desinfetado de Gilmar Mendes?
Odete6
2021-07-06 19:44:47Definindo e resumindo: esse traste repugnante deveria estar num presídio de segurança máxima há muito tempo!!! Embora seja preferível que estivesse no de Pedrinhas!!!!
Antonio
2021-05-24 19:53:26Não querem um Brasil melhor, limpo e sem corrupção.
Leandro Domingues
2021-05-24 16:06:40Esses ministros envergonham o STF. Eu defendo o encarreiramento, sem indicação política, sem aprovação do senado. Chega no STF quem estudou, passou em concurso público para juiz, não cometeu nenhum crime durante sua vida. Reforçando o sistema de freios e contrapesos no Brasil. Se isso não mudar, não adianta. Quem indica, quem aprova são justamente os que poderão ser julgados pelos indicados, nunca deu certo isso.
Veronica
2021-05-24 14:57:41Beiçola, o sabe-tudo, criticando seus colegas que não sabem nada. Para quê ter 11 ministros no supremo se só um sabe interpretar a constituição e as leis?
Alessandro
2021-05-24 13:12:01Gilmal Mentes é um sujeito que deve tomar suco de Comigo-ninguém-pode no café da manhã, é um sujeito que xinga os pares, insulta outros juízes, ataca Procuradores, ofende até o Papa... “atacante” é a posição dele dentro de campo. Pena que não é atacado pelo vírus (algo me diz que o Brasil estaria a favor do vírus). Troca o suco da manhã, Sinistro, tome suco de Amansa-senhor...
Silvino
2021-05-24 12:07:26É esse o personagem que envergonha o STF pela sua truculência quando contrariado em nos julgamentos, que nunca foi juiz de carreira, parece biruta de aeroporto, pois age de forma como lhe convém. Se precisar rasga a Constituição, distorce os fatos, protege os empresários e políticos corruptos, e ainda assim, encontra respaldo na midia tradicional. Em síntese: nosso Brasil da impunidade reinante e endêmica. Triste simplesmente triste.
Maria
2021-05-24 07:55:10Existe alguma dúvida que está tudo dominado pelo STF e seus acéfalasTudo combinadissimo.