Família que hospedou Dario Messer teria relação com narcotráfico, segundo PF

Em busca de explicações sobre o paradeiro do “doleiro dos doleiros”, Dario Messer (foto), a Polícia Federal descobriu que ele se hospedou em uma propriedade de Antônio Joaquim da Motta, fazendeiro “brasiguaio” com endereços registrados em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. A família Motta é dona de frigoríficos na região da fronteira e, segundo a PF, teria relações com narcotraficantes. Entre eles, um líder do Primeiro Comando da Capital, o PCC.

“Não há como desprezar essa confusão familiar envolvendo as empresas e os negócios de pessoas que vêm (vinham) dando guarida a Dario Messer durante a sua fuga, tampouco a ligação dos mesmos com tráfico de drogas e armas e contrabando de cigarros”, diz trecho do pedido do Ministério Público Federal  que deu origem, nesta terça-feira, 19, à Operação Patrón.

Os investigadores conseguiram encontrar a relação entre o doleiro e a família após analisar um dos celulares apreendidos com Messer no dia de sua prisão, em julho deste ano. Nele, os policiais encontraram registros de acesso a rede wi-fi de residências da família Motta no mês de setembro de 2018. Messer estava foragido desde maio de 2018, quando foi alvo da Operação Câmbio, desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Segundo a PF, pesam contra a família Motta suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas, contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro. Um dos casos elencados para expor a suspeita cita material apreendido em um computador da esposa de Sergio de Arruda Quintiliano, conhecido como Minotauro, e apontado como liderança do PCC. No equipamento, foi encontrado um arquivo com contrato privado entre uma empresa que seria da família Motta e supostos traficantes.

A PF também cita em relatório a suspeita, ainda não confirmada, da relação da família Motta com Jorge Rafaat, conhecido como Rei da Fronteira até ser morto, em 2016, no Paraguai, em uma emboscada.