Ex-agente da ditadura e médicos são denunciados por morte de militante
Um ex-agente da ditadura e dois médicos legistas foram denunciados pelo Ministério Público Federal de São Paulo, por envolvimento na morte da militante política Neide Alves dos Santos, em janeiro de 1976. O ex-comandante do Destacamento de Operações e Informações (Doi-Codi) Audir Santos Maciel é acusado de homicídio qualificado. Os médicos Harry Shibata e Pérsio...
Um ex-agente da ditadura e dois médicos legistas foram denunciados pelo Ministério Público Federal de São Paulo, por envolvimento na morte da militante política Neide Alves dos Santos, em janeiro de 1976. O ex-comandante do Destacamento de Operações e Informações (Doi-Codi) Audir Santos Maciel é acusado de homicídio qualificado. Os médicos Harry Shibata e Pérsio José Ribeiro Carneiro teriam forjado um laudo necroscópico para omitir as verdadeiras circunstâncias do óbito, de acordo com a denúncia do MPF, e vão responder por falsidade ideológica. O processo tramita na 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
Militante do PCB, Neide chegou a um hospital público com queimaduras graves. Segundo o MPF, os agentes da ditadura teriam forjado um laudo para indicar que Neide havia tentado suicídio ateando fogo ao próprio corpo. Na denúncia, o Ministério Público Federal alega que, como se trata de um crime contra a humanidade, não cabe prescrição ou anistia nesse caso. Ainda segundo o MPF, o assassinato de Neide “ocorreu em um contexto de ataque generalizado do Estado brasileiro contra a população civil”. A denúncia é assinada pelo procurador Andrey Borges de Mendonça.
Neide Alves dos Santos foi uma das vítimas da chamada Operação Radar, que, entre 1973 e 1976, teria matado 19 militantes. A morte ocorreu dois meses após o caso Vladimir Herzog. Além da denúncia por homicídio e falsidade ideológica, o MPF pede o cancelamento da aposentadoria dos acusados e a perda de medalhas e condecorações eventualmente entregues aos denunciados.
Em uma ação civil pública em que o MPF pediu o ressarcimento de danos ao erário causados pelas torturas, o ex-comandante do Doi-codi alegou que "não é lícito o réu ser julgado, após a anistia, pelos supostos crimes praticados nas dependências do Doi-Codi, porque estaria se ferindo o princípio que norteou o espírito da lei de concessão da anistia". Ainda segundo a defesa de Audir, "houve anistia recíproca".
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (7)
Cap. Kirk
2020-01-25 03:57:18Desespero em criar fatos políticos. Essa esquerdalha sabe bem que não vai dar em nada. Já tentaram várias vezes e nem aos Tribunais chegou. Anistia é anistia; vira a página e os dois lados seguem a vida no país. Como nada mais tem a noticiar e ladrar, essas criaturas ficam vivendo de fofocas e feijão requentado. Além disso, vamos contar a verdadeira história da "sangrenta ditadura", que em 25 anos cometeu crimes contra a humanidade...exterminou 400 terroristas. (Dados da Comissão da Vingança).
Jose
2020-01-24 15:35:33não se pode e nem se deve esconder a verdade.... mas certos processos não ajudam em nada o país e atrapalham muito... quem pediu para ver, abrir, investigar? - quais os interesses em mexer nestas coisas... após mais de 40 anos e após a anistia
Rafael
2020-01-24 15:06:58Como assim, crime contra a humanidade? Que bizarrice! A Lei de Abuso de Autoridade tem que ser aplicada a esse membro do MP!
C.A.R.
2020-01-24 12:11:15Contexto de ataque generalizado à população civil... vocêviu?
Miguel
2020-01-24 12:00:12E as provas? Estes caras devem estar delirando. "Contexto de ataque generalizado à população civil"? Estes caras devem estar assistindo muitas séries. Quanta imaginação. Ou devem ser jornalistas de esquerda.
João
2020-01-24 11:59:31Esta denúncia vai esbarrar na Lei da anistia, que anistiou terroristas e torturadores
Maria
2020-01-24 11:52:25muito justo cancelar a aposentadoria de todos os acusados