Escondida da ditadura, Corina Machado segue luta pela democracia por meios virtuais
Machado revelou em entrevistas virtuais que não vê amigos ou familiares há meses e que sua mãe sugeriu meditação como forma de lidar com o isolamento
María Corina Machado, a figura emblemática da oposição venezuelana, tem desafiado o governo de Nicolás Maduro ao longo dos últimos meses. Conhecida por sua postura liberal-conservadora e determinação inabalável, Machado mobilizou multidões para desafiar o regime nas urnas, apesar dos riscos de represálias violentas e prisões.
Após uma eleição em que Maduro se proclamou vitorioso sem apresentar nenhuma prova de sua alegada vitória, Machado se viu obrigada a se esconder. Desde então, ela permanece em um local secreto dentro da Venezuela, onde evita contato com outras pessoas para não comprometer sua segurança ou a de seus apoiadores.
Machado, apelidada de "Dama de Ferro" da Venezuela, revelou em entrevistas virtuais que não vê amigos ou familiares há meses e que sua mãe sugeriu meditação como forma de lidar com o isolamento, conselho que ainda não seguiu.
Enquanto isso, dedica-se intensamente a reuniões virtuais com ministros estrangeiros e organizações de direitos humanos, buscando apoio internacional para Edmundo González, o candidato a presidente efetivamente eleito em julho, de acordo com as atas apresentadas pela oposição.
Vitória de Trump e pressão sobre Maduro
Para sua segurança, González fugiu para a Espanha em setembro. Machado acredita que este é um momento crítico em que Maduro está enfraquecido devido à perda de apoio interno e externo.
Com a vitória eleitoral de Donald J. Trump nos Estados Unidos, Machado enxerga uma oportunidade para uma política externa assertiva que possa pressionar Maduro a negociar sua saída.
Ela elogiou as nomeações de Marco Rubio como secretário de Estado e Mike Waltz como assessor de segurança nacional no governo Trump, figuras com quem mantém comunicação constante.
Contudo, analistas questionam se Maduro realmente cederá à pressão internacional. O ditador venezuelano continua sob investigação por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional e parece relutante em abandonar o poder.
Enquanto isso, a repressão do governo Maduro após as eleições tem sido severa. De acordo com o grupo Foro Penal, cerca de 2.000 pessoas foram detidas, incluindo assessores próximos a Machado. A oposição enfrenta um cenário desafiador com prisões arbitrárias e mortes durante os protestos.
Machado apela à comunidade internacional para intensificar as ações contra Maduro e argumenta que destituí-lo é do interesse dos Estados Unidos, especialmente considerando as alianças do presidente venezuelano com Rússia, Irã e China.
Determinada a continuar sua luta pela democracia na Venezuela, Machado enfatiza seu compromisso com a causa até que todos os venezuelanos possam viver em liberdade. Ela espera que o período em reclusão seja breve e que possa se reunir novamente com seus compatriotas em um futuro próximo.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)