Em meio a desmonte, Lava Jato de SP denuncia Paulo Preto por lavagem de dinheiro

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto (foto), pelo crime de lavagem de dinheiro. Os recursos teriam sido desviados de obras da Dersa, estatal da qual ele foi diretor durante o governo de José Serra, do PSDB, entre 2007 e 2010.

Segundo a denúncia, Paulo Preto usou a ex-mulher e duas filhas para ocultar a verba de origem ilícita. O esquema, diz a Lava Jato, contou com a participação dos operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, além do gerente de um hotel da família dele em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.

O dinheiro, segundo o Ministério Público Federal, foi desviado em esquemas de fraude e formação de cartel nas obras do Rodoanel, pelos quais ele já foi condenado pela Justiça Federal de São Paulo. Em dezembro de 2019, uma das condenações, a 145 anos de prisão, foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça.

Alem disso, Paulo Preto já foi acusado pelas forças-tarefas da Lava Jato de Curitiba e do Rio de Janeiro de lavagem internacional de dinheiro e de recebimento de propina nas obras da marginal do Rio Tietê, também no governo Serra. Segundo delatores de empreiteiras contratadas pelo governo paulista, o ex-diretor da Dersa arrecadava os recursos ilícitos para os tucanos.

A denúncia apresentada nesta semana é um desdobramento da Operação Pasalimani, deflagrada em outubro do ano passado e ocorre no momento de crise interna na Lava Jato paulista. Na quarta-feira, 2, sete procuradores do grupo pediram demissão coletiva acusando a procuradora natural dos casos da operação de querer desmontar a força-tarefa.