E agora, Galípolo?
A alta de 1,31% do IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, em fevereiro pressiona o Banco Central a cumprir a indicação de elevar a Selic para 14,25% ao ano na próxima reunião do Copom

A alta de 1,31% do IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, em fevereiro pressiona o Banco Central, chefiado por Gabriel Galípolo (foto), a cumprir a indicação de elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 14,25% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa na próxima terça-feira, 18.
Na última ata, o Copom afirmou que "a desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida".
"Foi destacado, na análise de curto prazo, que, em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos", avaliou.
Em uma breve análise sobre a inflação de fevereiro, a maior para o mês em 22 anos, compartilhada com sua rede de contato via WhatsApp, o economista André Perfeito disse:
"Os dados vieram em linha com o esperado e isto reforça a perspectiva de juros elevados no curto prazo. Dificilmente a Autoridade Monetária terá espaço para sinalizar um fim de ciclo de alta de juros nas próximas reuniões."
A avaliação é ruim para Lula, o PT e seus seguidores, que pressionam o Copom a reduzir os juros.
Na quarta, 12, horas após o IBGE divulgar os números da inflação, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, prometeu, durante o lançamento do Programa ‘Crédito do trabalhador’ do governo Lula, fazer uma manifestação na porta do BC na semana que vem para pressionar o Copom a reduzir a Selic.
"Presidente, dia 18 nós vamos para as portas do Banco Central para pedir a redução da taxa de juros para o país poder continuar crescendo e gerando emprego, que é um absurdo a taxa de juros a 13,25%. É um crime contra a economia brasileira. A gente vai apelar ao companheiro Galípolo para ver se ele ajuda esse país a crescer."
A declaração demonstra que as centrais sindicais vão dar continuidade a pressão política iniciada por Lula e pelo PT contra o Banco Central, apesar de a maioria do Copom, incluindo o chefe do colegiado --Gabriel Galípolo--, ter sido indicada justamente pelo petista.
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