Marcos Corrêa/PR

Discurso de posse de França causa boa impressão no Itamaraty

06.04.21 14:07

Empossado nesta terça-feira, 6, como novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França causou boa impressão no Itamaraty. Seu discurso de posse foi elogiado tanto pela forma, como pelo conteúdo.

“Compare com o antecessor. Não teve oração para Ave Maria em tupi-guarani”, ironiza um diplomata ouvido sob reserva por Crusoé, referindo-se ao primeiro discurso de Ernesto Araújo à frente do MRE, em janeiro de 2019. “Foi o discurso de posse de um ministro. Muito diferente do que vimos na posse do Ernesto”, acrescenta.

No pronunciamento, França desconsiderou as elucubrações ideológicas e trapalhadas diplomáticas que marcaram a gestão de seu predecessor. A única menção a Ernesto foi durante um breve agradecimento por seu “apoio na transição”.

O novo ministro preferiu adotar tom pragmático, dizendo ter recebido a incumbência de “enfrentar urgências” na área da saúde, da economia e das mudanças climáticas, em um aceno simultâneo ao Congresso, ao mercado e ao governo de Joe Biden. Como ensina o presidente Bolsonaro, o brasileiro quer vacina e quer emprego”, disse o ministro. 

Em resposta às cobranças que o Itamaraty vinha sofrendo por parte do Legislativo, o chanceler afirmou que vai promover uma “verdadeira diplomacia da saúde”, além de prometer ampliar a rede de contatos das missões e consulados brasileiros no exterior. Em diferentes partes do mundo, serão crescentes os contatos com governos e laboratórios para mapear as vacinas disponíveis. Serão crescentes as consultas a governos e farmacêuticas, na busca de remédios necessários ao tratamento dos pacientes em estado mais grave”, prometeu. 

Diplomatas em Brasília lamentaram, no entanto, o que chamaram de crítica gratuita de Carlos França à ONU. Durante a posse, ele disse que o Brasil não deve “aderir a toda e qualquer tentativa de consenso que venha a emergir, nas Nações Unidas ou em outras instâncias. Não precisa ser assim e não pode ser assim. O que nos orienta, antes de tudo, são nossos valores e interesses”

“Ele deu um chute na ONU que não tinha a menor necessidade. Aquilo foi uma bobagem”, reclamou um embaixador da ativa sobre o trecho. A canelada rememora parte da crítica ao papel da ONU inaugurada no Itamaraty pela gestão Ernesto Araújo.

A principal mudança em relação ao antecessor foi o discurso adotado sobre a agenda climática, que virou questão “urgente” na política externa brasileira. É urgência em outra escala de tempo – mas é urgência”, disse França. Em sua fala inaugural, o ministro conclamou o governo a aproveitar “a oportunidade de manter o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável e limpo”.

Na última semana, já depois da demissão de Ernesto Araújo, o diplomata Leonardo Cleaver de Athayde, diretor do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty, disse em um seminário haver “controvérsias” sobre as mudanças climáticas, afirmando que o problema “supostamente” ameaça toda a humanidade. O próprio então chanceler chegou a questionar o conceito de aquecimento global.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Socorro. Achar bom o discurso de alguém que diz:| "como ensina o presd bolso... tem q ter vacina.. trab.." Ah.. fala sério. Eles, eu até entendo.. são o ih.. tá mar.. a ti.. mas os demais.. q não são diplomacia.. Tá todo mundo se fazendo.. só pq o itamaraty disse q ele foi bem de discurso.. Pra quem não precisa colocar diplomacia diante dos óculos e das palavras.. fala sério.. q blábláblá mais safadeenho... isso sendo delicada...

    1. Você está falando do Bozo? O ex-ministro era apenas um bonequinho parido pela dupla Bozo e Olavo!

Mais notícias
Assine agora
TOPO