Como será o embate entre esquerda e direita na eleição presidencial da Colômbia
A Colômbia terá eleições presidenciais em maio, com o segundo turno marcado para junho. Uma boa ideia de como será a disputa pode ser obtida a partir dos resultados da eleição legislativa que ocorreu no último domingo, 13. Os números mostram que o país, que em toda a sua história foi governado pela direita, tem...
A Colômbia terá eleições presidenciais em maio, com o segundo turno marcado para junho. Uma boa ideia de como será a disputa pode ser obtida a partir dos resultados da eleição legislativa que ocorreu no último domingo, 13. Os números mostram que o país, que em toda a sua história foi governado pela direita, tem um candidato de esquerda como favorito.
A coalizão esquerdista Pacto Histórico, do candidato presidencial Gustavo Petro (foto), foi a que mais recebeu votos: 2,3 milhões. Foi a primeira vez na história do país em que um grupo de esquerda alcançou essa façanha. Mas a coalizão não terá a maioria em nenhuma das casas do Congresso. O Pacto Histórico só terá 13% dos deputados e 15% dos senadores.
Com isso, caso Gustavo Petro seja o vencedor da próxima eleição, terá dificuldades para aprovar projetos de lei.
Por outro lado, os partidos tradicionais de direita — liberais e conservadores — também aumentaram sua participação no eleitorado. Sendo assim, não haverá uma grande mudança no equilíbrio de poder entre esquerda e direita.
Mas a última eleição legislativa teve dois grandes perdedores: o centro e o uribismo, um movimento da direita mais radical que tem o ex-presidente Álvaro Uribe como sua inspiração.
Gustavo Petro está à frente das pesquisas com mais de 30%, mas terá dificuldade para vencer no primeiro turno. No segundo turno, seu rival mais provável é Frederico Gutiérrez, conhecido como Fico Gutiérrez, um ex-prefeito de Medellín que é de direita, mas não é uribista. Outro que pode ir para a disputa final é Sergio Fajardo, também ex-prefeito de Medellín, mas de centro.
"O resultado do segundo turno dependerá principalmente de como os eleitores de centro e os uribistas irão se posicionar", diz o sociólogo Ricardo Vargas Meza, pesquisador da Universidade Nacional, em Bogotá.
Com mais de dois meses de campanha, Petro pode ajustar seu discurso e conseguir os votos necessários para ser presidente.
"Muitas pessoas na Colômbia dizem que ele quer acabar com a propriedade privada, coisas do tipo. Se ele quiser atrair mais eleitores, terá de moderar o discurso e não poderá cometer erros", diz o cientista político colombiano Fernando Giraldo, da Universidade Javeriana.
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