Com desafio de agradar alas militar e ideológica, Bolsonaro quer anunciar titular do MEC hoje
O Ministério da Educação completou 19 dias sem um titular. Um cabo de guerra entre as alas militar e ideológica do governo federal tem dificultado a decisão do presidente Jair Bolsonaro, que busca um nome capaz de transitar nas duas correntes, após o caso Decotelli e a fritura de Renato Feder. Apesar do imbróglio, o...
O Ministério da Educação completou 19 dias sem um titular. Um cabo de guerra entre as alas militar e ideológica do governo federal tem dificultado a decisão do presidente Jair Bolsonaro, que busca um nome capaz de transitar nas duas correntes, após o caso Decotelli e a fritura de Renato Feder.
Apesar do imbróglio, o chefe do Planalto afirmou nesta terça-feira, 7, que pretende anunciar o sucessor de Abraham Weintraub ainda hoje. Ele disse já ter um preferido, mas optou por não identificá-lo, pois, nas suas palavras, "o mundo cai na cabeça desse favorito, todo mundo vai para cima dele, até o que fez quando tinha cinco anos de idade".
O presidente, contudo, deu pistas. "Espero hoje ter mais um contato com um candidato do estado de São Paulo. Talvez seja ele", declarou. Sondado para assumir o cargo, o deputado e líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, é o plano "B", disse Bolsonaro.
No Congresso Nacional, parlamentares entendem que a demora no anúncio decorre da "disputa ideológica" da qual o MEC tornou-se "refém". "O governo não tem projetos para o ministério, por isso a dificuldade de se obter um nome", pontuou Israel Batista, secretário-geral da Frente Parlamentar Mista da Educação.
"Há um grupo que pretende impor uma guerra cultural, a qual é paralisante. O MEC não consegue se mover", completou. "Agora, parece que o governo busca encontrar alguém que consiga unir todas as pontas: militares, equipe técnica e olavistas."
A presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, Cecília Motta, destaca que, além da reconstrução de pontes, o novo ministro terá uma extensa lista de desafios técnicos.
"Os órgãos ligados ao ministério estão funcionando, como o FNDE. Mas a essência é o ministro da Educação. Esperamos que o escolhido tenha um perfil bastante acadêmico, voltado para a educação básica, e que conduza de imediato pautas prioritárias, como a aprovação do projeto do Fundeb, a retomada das aulas e o Enem, por exemplo."
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