Adriano Machado/Crusoé

Casa Civil deu aval a emenda que favoreceu Covaxin

08.08.21 08:08

A Casa Civil da Presidência apoiou alterações feitas pelo Congresso na MP das vacinas, enviada pelo Executivo no início do ano e aprovada com modificações no Legislativo. Dentre as mudanças referendadas pela Casa Civil está a emenda do deputado Ricardo Barros (foto), líder do governo na Câmara, que favoreceu a vacina indiana Covaxin, cuja compra foi negociada pela Precisa Medicamentos.

O sinal verde à sanção integral das alterações promovidas pelo Congresso consta de parecer do Planalto entregue à CPI da Covid.

A MP dava autorização para a importação e distribuição de quaisquer vacinas e medicamentos não registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, contanto que fossem aprovados por autoridades sanitárias de outros países. Por meio da emenda de Barros, a Central Drugs Standard Control Organization, da Índia, foi incluída na lista de agências habilitadas. O aval à Covaxin foi dado pela agência indiana.

“O estabelecimento de um prazo célere, mas suficiente, para a análise pela Anvisa das autorizações, além da ampliação do rol de autoridades sanitárias estrangeiras cujas autorizações para uso emergencial poderão ser reconhecidos, amplia e agiliza o processo de autorização emergencial”, diz o documento, assinado por Marcelo Varella, então subchefe de análise e monitoramento de Políticas Governamentais da Casa Civil.

As alterações, alega, “resultam da sensibilidade e receptividade do Parlamento a apelos da população pela ampliação rápida da oferta de vacinas contra a Covid-19”.

O parecer, então, recomenda a sanção integral do artigo. A lei foi sancionada por Jair Bolsonaro em 10 de março, um dia após a produção do relatório pela Casa Civil.

Uma ata de reunião do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, datada de 12 de janeiro, revelou que a empresa havia recorrido ao governo para tentar alterar o texto da medida provisória editada pelo Planalto. De acordo com o documento, Francisco Maximiano, presidente da Precisa, “questionou sobre a possibilidade de alteração da Medida Provisória n° 1.026, de 6 de janeiro de 2021, para que seja inserida a agência regulatória indiana no rol disposto no art. 16”. Além de Maximiano, estava presente também a diretora da Precisa, Emanuela Medrades. Em depoimento à CPI da Covid, a executiva negou peremptoriamente que a companhia tenha feito lobby pela alteração da MP. “Nada foi feito”, disse.

Em nota, o deputado Ricardo Barros alegou que “o tema foi motivo de emendas de 8 parlamentares, entre eles o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz e o deputado Renildo Calheiros, irmão do relator da comissão”. A emenda de Barros, no entanto, é a única voltada exclusivamente para a agência indiana, a única que cita a autoridade na Índia que aprovou a Covaxin – o CDSCO – e corresponde ao texto que foi acolhido na redação final aprovada pelo Congresso.

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  1. O interessante é que todos os comentários, são de pessoas com informações privilegiadas e, que tudo sabem. Impressionante .

  2. a Precisa tinha informação privilegiada e a Covaxin não entregou nada , nem uma gota de vacina mesmo sabendo que o dinheirinho já estava empenhado, pronto para ser pago ...

  3. Todos apoiaram até o Randolfe da CPI. 😂😄😆😃🐁. Preço $15, no mundo todo. Crusoe tá difícil ler seus posts, começa a dar notícias, não interessa opiniões. HIPÓCRITAS

  4. O general Braga Netto, que cedeu as suas 4 estrelas para enfeitar a lapela do Centrão, teve uma reação exacerbada, ao dito lado podre das Forças Armadas, em virtude do lado em que se encontra. As patinhas dele estão aparecendo. Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, já era. Emanuela Medrades, a mosca morta, que deve ter tomado Adderall buscando enganar com eficiência, já externava q mentia, pela comunicação ñ verbal e microexpressões. Agora suas mentiras estão sendo expostas. Parabéns CPI.

  5. Evidências claras de fraude e corrupção que pôs em risco a vida de pessoas. Punir responsáveis p resgatar confiança e valores consagrados nas eleições de 2018.

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