Câmara aprova projeto que limita concorrência no setor de ônibus
O projeto de lei que restringe a concorrência no mercado de ônibus interestaduais e beneficia empresas ligadas a políticos foi aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 15. Após a pressão de parlamentares contrários à proposta, o relator Hugo Motta, do Republicanos, aceitou retirar diversos trechos polêmicos do projeto, como a exigência de que as...
O projeto de lei que restringe a concorrência no mercado de ônibus interestaduais e beneficia empresas ligadas a políticos foi aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 15. Após a pressão de parlamentares contrários à proposta, o relator Hugo Motta, do Republicanos, aceitou retirar diversos trechos polêmicos do projeto, como a exigência de que as empresas tenham frotas mínimas.
Apesar dos apelos, Motta manteve, entretanto, a obrigatoriedade de capital social mínimo de 2 milhões de reais. A proposta teve 394 votos contrários e 45 favoráveis. Como houve alterações, o texto deverá retornar ao Senado.
Outro dispositivo criticado é o que prevê que a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT, poderá barrar a entrada de empresas por "inviabilidade técnica, operacional e econômica". Para parlamentares contrários ao texto, o dispositivo vai abrir brechas para restringir a concorrência no segmento.
"Quem tem que decidir a viabilidade econômica é o consumidor", defendeu o deputado Kim Kataguiri, do DEM. O dispositivo foi mantido no texto final.
Parlamentares ligados à pauta liberal, como os do Partido Novo, tentaram mobilizar a sociedade contra o projeto. Na tarde desta terça-feira, 14, um grupo organizou um protesto nas redes sociais contra a proposta com a hashtag #BusãoLivre. Centenas de ônibus se reuniram na Esplanada dos Ministérios na tarde desta quarta para pressionar os parlamentares.
“A mobilização é necessária porque há um forte lobby de grandes empresas, além do interesse de senadores que atuam no setor”, explicou o deputado Vinícius Poit, do Partido Novo, um dos engajados no boicote ao projeto de lei. “O governo é mole e não enfrenta o Centrão”, acrescentou o parlamentar.
Até 2020, o Planalto defendia a livre concorrência e a abertura do setor. Mas, no fim do ano, durante as articulações para eleger Rodrigo Pacheco presidente do Senado, Jair Bolsonaro mudou de posição e passou a defender a aprovação do projeto da Lei do Oligopólio.
Pacheco é dono de empresas de ônibus e, segundo declarou em plenário o líder do governo na casa, Fernando Bezerra, pediu ao Planalto apoio para a aprovação do texto. O senador Acir Gurgacz, do PDT, também atua no setor e fez lobby pela aprovação. Nesta quarta-feira, o líder do PSD na Câmara, Diego Andrade, cometeu um ato falho durante a votação e afirmou que o projeto era de autoria de Rodrigo Pacheco. O texto, na verdade, é do senador Marcos Rogério, do DEM.
O deputado Paulo Ganime, do Partido Novo, classificou o texto aprovado como um "ultraje". "O projeto protege os oligopolistas do ônibus rodoviário em desfavor da inovação, aumentando a concentração e diminuindo a concorrência", disse.
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Comentários (9)
MARCOS
2021-12-16 11:22:46MAIS RICOS FICARÃO OS DONOS DE EMPRESAS DE TRANSPORTES COLETIVOS; MAIS POBRES E LARGADOS FICARÃO OS USUÁRIOS. ESSE É O ESPELHO DOS NOSSOS POLÍTICOS. TRISTE BRASIL.
Alberto Mendes
2021-12-16 09:11:49A atual Câmara dos Deputados entrará para a história como a pior já eleita pelo povo Brasileiro !!!! A maioria dos Deputados não está lá para defender interesses do povo, mas somente o interesse deles próprios !!!!
Maria
2021-12-16 09:03:16MORO PRESIDENTE 2022! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Albino
2021-12-16 07:59:29Defendendo a Cruzoe aqui... eu já tinha lido uma matéria explicando bem quem era o Pacheco e esse patrimonialismo dele bem antes dele virar presidente do Senado. Nunca me enganou esse lobo em pele de cordeiro!!
André
2021-12-16 06:56:55São os parlamentares votando em causa própria. São máfiosos perigosos, Celso Daniel perdeu a vida por causa deles, neste caso, Zé Dirceu e o PT de Lula estavam 100% envolvidos no assassinato, diversas testemunhas também foram assassinadas. No RJ, Jacó Barata e Gilmar Mendes são outros mafiosos das máfias de onibus. Precisamos desesperadamente de Sérgio Moro!
Claida
2021-12-16 06:23:32É Pacheco...nunca me enganou...defendendo sua empresa contra concorrência.. Mais um político no rol do mesmo e velho padrão brasileiro...triste..não é surpresa.Viva Moro! Moro presidente!
Clarisse
2021-12-15 22:39:36A vitória é do Barata ( sempre absolvido) e do Pacheco, ambos do ramo.
Clarisse
2021-12-15 22:35:24A vitória não é do Barata ( sempre absolvido )e do Pacheco , amos desse mercado.
Luiz
2021-12-15 20:56:00Venha para Rondônia viajar nos ônibus sucateados do senador Acyr Gurgacz. Só seus ônibus velhos podem pegar passageiros. Quando não já espaço para a concorrência os preços são absurdamente mais altos. Viva a democracia dos oligopólios! Mais uma vitória de Jair Bolsonaro!