As chances de o Brasil receber afegãos em fuga
Pelas estimativas das autoridades americanas, cerca de 60 mil afegãos (foto) poderão se qualificar para receber o status de refugiados nos Estados Unidos. O Reino Unido anunciou na semana passada que deve acolher 20 mil afegãos em cinco anos. Comovidos com as cenas de desespero que ocorreram após a tomada de poder pelo Talibã no...
Pelas estimativas das autoridades americanas, cerca de 60 mil afegãos (foto) poderão se qualificar para receber o status de refugiados nos Estados Unidos. O Reino Unido anunciou na semana passada que deve acolher 20 mil afegãos em cinco anos.
Comovidos com as cenas de desespero que ocorreram após a tomada de poder pelo Talibã no Afeganistão, congressistas e organizações civis mandaram pedidos ao Itamaraty e ao Ministério da Justiça para que o Brasil ofereça vistos humanitários aos afegãos.
Em resposta a Crusoé, o Itamaraty afirmou que "avalia, em coordenação com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a possibilidade de concessão de vistos humanitários para afegãos em termos semelhantes aos concedidos a haitianos e sírios".
O impacto da medida, no entanto, não deve ser muito grande, por vários motivos. O primeiro é que, como não há atualmente uma embaixada brasileira funcionando no Afeganistão, o visto humanitário só poderia ser dado de Islamabad, no vizinho Paquistão. Com isso, o número de pessoas que poderiam ser atendidas já diminui bastante.
Outro ponto é que o Brasil não costuma enviar aviões para buscar estrangeiros em perigo. "Isso só acontece eventualmente quando é preciso resgatar brasileiros que ficaram presos em outros países, como no caso dos que estavam em Wuhan na pandemia de coronavírus, no ano passado", diz Gustavo Zortéa, defensor público federal e membro observador da Defensoria Pública da União no Comitê Nacional de Refugiados, o Conare.
Chegando ao Brasil, os afegãos poderiam solicitar o refúgio, condição que é dada para quem sofre perseguição ou risco de vida em seu próprio país.
Geralmente, os pedidos de refúgio são analisados individualmente, com base em documentos e entrevistas. Esse processo poderia ser agilizado, uma vez que o Conare reconheceu no ano passado que há uma situação "grave e generalizada de violação de direitos humanos" no Afeganistão.
"Nada impede que o Brasil comece a reconhecer refúgio para os afegãos de maneira coletiva, como vem fazendo com alguns perfis de venezuelanos, sem analisar os casos de maneira individual", diz Zortéa.
Desde 2016, o Conare já aprovou pedidos de refúgio para 88 afegãos e recusou o de seis. É um universo muito pequeno se comparado ao de venezuelanos (48 mil pedidos aprovados) e sírios (2 mil) que se refugiaram no Brasil no mesmo período.
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Comentários (4)
MARCOS
2021-08-22 18:54:40PAREM de confabulações e APROVEM logo isso. O povo Afegão não dispõe de tempo, para esperar a boa vontade desses caras, que não cumprem seu dever com mais eficiência.
Humberto
2021-08-21 16:12:28Desemprego 14% , inflação a galope, Energia Elétrica mais cara que país de Primeiro Mundo e um imbecil na presidência , querendo fazer mutirão de coleta de Gás direto na Usina, mutirão de comida direto das fazendas (lavouras), para baratear o Arroz e Feijão , disse isto na live??? Vê se não é um Asno , Energumeno!! Coitado deste pessoal vir para cá , sofrer junto com os brasileiros!!!
Francisc
2021-08-21 14:38:39Por favor, esses são pessoas ruins por natureza. Deixem os EUA cuidar disso. O país mais que fez pelo plena nós últimos cem anos e só recebe ingratidão. Afegão aqui jamais, nunca, nunca .......
Odete6
2021-08-21 13:31:08Que tenhamos os devidos e muitos cuidados com a praga dos fanáticos e radicais mas, torçamos para que, em relação aos cidadãos comuns do povo afegão, possamos abrigá-los e conduzí-los à uma vida livre, em paz, produtiva e feliz. Que os abriguemos com acolhimento, fraternidade, solidariedade, assistência e a alegria de poder salvá-los assim como aos sírios, haitianos e venezuelanos. E, a diversidade cultural - de um modo geral - nos gratifica, apazigua e enriquece com seus múltiplos aportes.