Prefeitura de Manaus

Arthur Virgílio nega que abandonará prévias para apoiar Doria e defende expulsão de bolsonaristas

30.09.21 08:31

Um dos três tucanos na disputa pela vaga de candidato do PSDB à Presidência da República, Arthur Virgílio garante: irá até o final das prévias e não abrirá mão de sua candidatura em troca de apoio a João Doria, como se especulou nas últimas horas. O ex-senador amazonense e ex-prefeito de Manaus diz que sua meta é unir o partido. “As prévias podem ser o começo da redenção do PSDB, com mais disciplina partidária, com menos pessoas que discrepem da orientação do partido. Se o partido definiu fazer oposição ao governo Bolsonaro, não tem sentido ter ninguém fazendo esse papel, nem pela frente nem por trás”, disse Virgílio a Crusoé. Confira a entrevista:

Depois que o senador Tasso Jereissati deixou a disputa das prévias para apoiar o governador Eduardo Leite, cresceu a expectativa de que o sr. faria o mesmo para apoiar o governador João Doria. O sr. continuará na disputa?
É claro que não vou desconhecer a articulação muito forte que se faz em torno de pessoas de valor como o governador Eduardo Leite, como o governador João Doria. Mas fantasiaram uma disputa, achando que, se o Tasso vai apoiar o Leite, então eu iria apoiar o Doria. Parece jogo de baralho, dois para um lado, dois para o outro, não tem nada disso. Meu candidato sou eu. Vamos para os debates, vamos percorrer o país, lutar e buscar o compromisso de que quem perder nas prévias deve apoiar com gana o vencedor.

Por que o sr. decidiu disputar as prévias?
Tenho um objetivo muito claro que é unir o partido. Não posso estar em grupo de ciclano ou de fulano, não é assim que a gente vai conseguir união. Em segundo lugar, eu tenho um recado claro a dar. O que isso vai significar em votos, a gente vai ver depois. Não é uma eleição aberta como eu gosto, mas é um começo. As prévias podem ser o começo da redenção do PSDB, com mais disciplina partidária, com menos pessoas que discrepem da orientação do partido. Se o partido definiu fazer oposição ao governo Bolsonaro, não tem sentido ter alguém fazendo esse papel, nem pela frente, nem por trás, muito menos.

O sr. acredita que, depois das prévias, será preciso expulsar quem seguir apoiando Bolsonaro?
Claro. Acho que tem que chegar o momento de ter orgulho, amor próprio. Se temos um candidato, ele deve ser apoiado por todos os tucanos. Não tem cabimento alguém dizer: “ah, mas eu recebi uma emenda de 150 milhões de reais”. Está na hora de o partido dar uma guinada. Não está na hora de ficar endeusando o Geraldo Alckmin, por exemplo.

O ex-governador Geraldo Alckmin deve disputar o governo de São Paulo pelo PSD contra o PSDB. Que impacto isso deve ter no partido?
O eleitorado dele está restrito a 4% no país. Tem que saber quantos vão achar bonito ele sair do PSDB, ele que foi um dos signatários da ata de fundação. Uma pessoa forte em São Paulo, quando se candidata (à Presidência), tende a ter uma boa votação. Mas foi uma experiência muito triste, ele teve 4% dos votos. Tinha todo tempo de televisão do mundo, era até difícil de preencher, e perdeu para um cara que tinha 15 segundos. Foi uma situação bastante infeliz. Passou. Ele vai sair, então vai com Deus. É melhor do que o bolsonarista que fica. Se todo mundo sair, eu fico até o final, entrego a chave e pago a luz. Eu não saio do partido, de jeito nenhum. Se o partido deixar de existir, a minha carreira deixa de existir. Esse é o meu compromisso. Eu não saí depois da desfeita que ele (Alckmin) fez comigo (nas prévias de 2018).

Acredita que o perdedor das prévias pode deixar o partido?
Não quero acreditar nisso, nem Eduardo Leite, nem o Doria, nem ninguém. O nome disso é molecagem. Se o partido não acha que tem que ser você o candidato, você continua achando que tem que ser? A gente tem que saber enfrentar os momentos de derrotas. Não é ético, não é correto, e isso se aplica ao Doria, ao Leite e a mim.

O sr. acredita que o PSDB deve ter candidato de qualquer maneira?
Em princípio, sim. Mas se aparecer alguém, não muito estranho da gente, disposto a receber ideias nossas e com muito mais votos, não vejo que a gente deva fazer como o PT, que diz “aliança é bom, desde que eu esteja na cabeça”. Se a gente disser que quer ter candidato a qualquer preço, seja para ganhar ou perder, parece que a gente exclui os outros. Vamos ser humildes, o PSDB hoje é um partido médio, em função da fracassada campanha eleitoral (de 2018), em razão de o nosso partido ter feito tudo o que a velha política fazia, com tempo de televisão, juntando todo mundo, e deu no que deu.

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  1. Muito boa entrevista. Mostra que está de fato comprometido com o partido. A saída do Alkmin, por que perdeu espaço dentro do partido é coisa de total irresponsabilidade com a fidelidade partidária. Deveria sair candidato a Senador, como lhe ofereceram, e o Estado de SP somente tinha a ganhar.

  2. O Brasil; o cenário politico; os partidos politicos em especial o PSDB precisa de lideres/pessoas como o Arthur Virgilio. Pessoa combativa; forte no discurso e com visão da macro politica; macro economia enfim uma visão macro do Pais. O meio politico necessita do seu saber do seu discurso da sua voz. Seja bem vindo Arthur virgilio.

  3. Partido que ainda possui Bozista (e, portanto, cúmplice de genocida) como membro deveria ser fechado e proibido de funcionar para a eternidade.

  4. Os amazonenses não esquecem da maior degradação da floresta amazônica, foi nos períodos que o Sr Virgílio estava a frente da prefeitura de Manaus, além do mais , é réu no processo de improbidade administrativa movida pelo MP. Esse cara de pau não engana ninguém é um verdadeiro oportunista patrimonialista.

  5. Virgílio é macaco velho não vai colocar sua mãozinha nesta cumbuca furada do engomadinho eleito rebocado pelo odiado Bolsonaro . o mesmo ocorre com Tasso humilhado por Lula e suas crias no Ceará que já ungiram um capacho à vaga do senado .. só falta combinar com as vítimas claro.

    1. Simples meu fie .. não é osso é filé mignon e adivinhe à conta de quem?

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