Adriano Machado/Crusoé

Antes da decisão de ministro, defesa de Moro indica técnico para buscar vídeo

21.05.20 19:18

Antes mesmo da decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, sobre o sigilo do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, a defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (foto) indicou um especialista em informática para buscar a gravação, caso o decano a libere.

Celso de Mello já assistiu à filmagem e deve avaliar se a divulga na íntegra ou parcialmente até o fim desta semana. Na reunião, o presidente Jair Bolsonaro afirma que vai interferir na Polícia Federal do Rio para proteger seus familiares e amigos. O arquivo tem duas horas e quarenta minutos de duração.

O advogado Rodrigo Sanchez Rios ressalta que “independentemente do conteúdo a ser divulgado conforme Vossa decisão, é sabido que as partes deverão comparecer a esta Suprema Corte a fim de obter uma cópia do conteúdo publicizado”.

“Diante do exposto, com o devido respeito, requer de Vossa Excelência a autorização da entrega da mídia à pessoa acima indicada, que comparecerá perante este Supremo Tribunal Federal tão logo seja disponibilizado o conteúdo para a realização de cópia”, afirma.

Trechos do vídeo já se tornaram públicos a partir de um pedido da Advocacia-Geral da União para que somente as falas do presidente sejam divulgadas.

Ao citar a Polícia Federal, Bolsonaro diz: “Vou interferir. Ponto final. Não é ameaça. Não é extrapolação da minha parte. É uma verdade”. O presidente ainda faz referências aos seus familiares. “Eu não vou esperar f. minha família”.

O governo sustenta que Bolsonaro se referia à segurança pessoal no Rio, que é de responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional. Segundo ministros generais, em depoimento à PF, Bolsonaro inclusive tratava de Augusto Heleno, que comanda o órgão, quando falou em ‘trocar o ministro’.

Por outro lado, a defesa do ex-ministro Sergio Moro alega que o vídeo só comprova a ingerência de Bolsonaro na Polícia Federal. Os advogados também defendem a divulgação da íntegra da gravação.

Já o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu o levantamento do sigilo somente de trechos de falas do presidente pertinentes ao inquérito. Ele argumenta que a eventual divulgação da íntegra adiantaria um “palanque de 2022”.

Mais notícias
Assine agora
TOPO