Adriano Machado/Crusoé

Alexandre Ramagem ‘entrega’ seu perfil político nas redes sociais

06.06.21 16:10

Apesar de comandar um órgão que deveria ser eminentemente técnico, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem (foto), deixa transparecer seu perfil político nas redes sociais. Usuário do Twitter desde 2012, o delegado passou a usar a plataforma para fazer propaganda do governo federal em abril. De lá para cá, intensificou as postagens e, hoje, recorre ao espaço também para sair em defesa de aliados de Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira, 3, Ramagem retuitou uma publicação em que Bolsonaro endossa as críticas do Conselho Federal de Medicina à CPI da Covid — o presidente da entidade, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, classificou como “intolerável e inaceitável” o comportamento de senadores de oposição durante o depoimento das médicas pró-cloroquina Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro. 

Ramagem fez menção ao “apelo público” de Britto Ribeiro, apoiador do Planalto, para participar da comissão e “discorrer sobre a saúde do ser humano, com máximo zelo e melhor capacidade profissional”. “Posição e esclarecimentos dos principais legitimados a tratar de Covid, com devido respeito, urbanidade e profissionalismo”, emendou.

Em outra publicação, Ramagem parabenizou os mais de mil profissionais das forças de segurança que atuaram na escolta de Jair Bolsonaro durante o passeio de motocicleta promovido pelo presidente no Rio de Janeiro em 23 de maio. O diretor-geral da Abin descreveu o evento como “memorável”. “Parabéns, Rio de Janeiro!”, concluiu.

No mesmo mês, Ramagem saiu em defesa da PEC do voto impresso, de autoria da deputada Bia Kicis, aliada de primeira hora do Planalto, e parabenizou o também bolsonarista Filipe Barros pela relatoria do projeto. “Voto auditável significa segurança ao pleito eleitoral e evolução das urnas eletrônicas. Assegura integridade e transparência aos resultados do sufrágio universal. Compromisso com a representatividade popular e a democracia”, escreveu, novamente seguindo a cartilha do presidente.

Ramagem faz parte do seleto time de homens de confiança de Jair Bolsonaro. Os dois se aproximaram em 2018, quando o delegado coordenou a equipe de segurança do então deputado federal e candidato ao Planalto. Desde então, o alinhamento cresceu — e o diretor-geral da Abin não faz a menor questão de escondê-lo.

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  1. Q lastima, Ramagem tragico ver 1 delegado sem embasamento médico algum. Não entende nada de medicina e mto menos de duas entidades cientificas. O CFM foi contestado.por mais de 450 médicos

  2. Órgãos de Estado politizados e dominados. O risco disso aqui ficar igual ou pior do que a Venezuela é evidente. Esses lunaticos precisam ser enjaulados.

  3. cabo eleitoral como todos os escolhidos por ele. Se tivesse competência não se submeteria. É mais um Pazzuelo, Guedes, Torres etc. o presidente não gosta de competência no seu entorno. Gosta de submissão até onde a indicação deveria ser técnica.

  4. Achei que ele havia sido escolhido/nomeado por ser um petista. Muito obrigado por essa revelação, ela demostra a grande sapiência.

    1. bajulador é um ente de ocasião. Nunca tem competência.

  5. Quem não quer um sistema eleitoral eficiente e seguro? Quem quer fraudar os resultados e corromper a vontade do eleitor expressa no seu voto secreto. Por decreto, significa a identidade do eleitor e não o voto. Existe meios de tirar dúvidas quando as diferenças forem menores que a taxa de erro do processo eleitoral. O voto manual sempre terá mais erros que o eletrônico, mas este é vulnerável de forma invisível, se os hackers quiserem.

    1. Waldemar, às urnas eletrônicas não são ligadas a internet, por isso um ataque hacker não é viável. E ocorrendo qualquer coisa, se consegue auditar essas urnas. Hoje países estudam sistemas como o blockchain. Para mim não devemos voltar atrás na tecnologia das urnas. Na minha opinião, temos que avançar na tecnologia. Dito isso, é claro que o Bolsonaro só tem uma intenção: desletimizar nossa eleição, e caso perca, dar um autogolpe.

  6. Os "homens" do presidente, prontos pra defender o clã miliciano e os amigos da milícia. Lamentável que o governo se transforme em uma milícia em um meio ácido de corrupção e desonra.

  7. Sásinhora.... definitivamente emporcalhadas toooodas as instituições da República, sem exceção alguma!!!! Que súcia absolutamente sem noção de nada!!!!...

  8. Voto impresso é uma desculpa para a milícia controlar quem vota conforme eles mandam. Isso é um retrocesso e o caminho da bandidagem dominar os pleitos. NÃO PODE PASSAR EM HIPOTESE ALGUMA

    1. Segundo portal do CFM. Mauro Luiz de Britto Ribeiro é o Presidente. Diz que a instituição não tem voz, mas defende o Governo Federal e ataca a CPI, assim como fazem os bolsonaristas. Ação duvidosa para quem deveria defender a Saúde pela ciência, tomar posição política contrária.

  9. 1- A milícia se apresentou como uma solução para combater o comando do tráfico. Tinha a farda que lhe conferia uma certa legitimidade, e essa farda trazia junto o poder de uma instituição que detém o monopólio da força. Logo deu no que deu. Bolsonaro é eleito, sobretudo para intensificar o combate à corrupção sistematizada no Brasil pelo PT. Agora percebemos que fomos enganados. Bolsonaro caminha para implementar no Brasil, o CAPITALISMO DE MILÍCIA.

    1. 2- Usa o poder que detém como PR e o nosso dinheiro para aumentar paulatinamente a sua milícia. Fez decretos para armar milicianos civis. Concedeu benesses para às FA, objetivando desestruturar a hierarquia. Comprou parlamentares para reforçar a sua milícia de políticos. E o Bolsonaro gosta de manifestações públicas, mesmo de instituições de estado e não de governo. Hoje Ramagem se posiciona em rede social. Amanhã pode estar na rua, atirando contra opositores, como fez a polícia no Recife.

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