A relutância do governo Doria em revelar os gastos com a Coronavac
Já faz nove meses que o Tribunal de Contas de São Paulo tenta obter, sem êxito, acesso a todos os acordos e contratos firmados pelo governo de João Doria (foto) com o laboratório chinês Sinovac, para a importação e produção da Coronavac, a vacina contra a Covid-19 patrocinada pela gestão tucana. Segundo o governo paulista,...
Já faz nove meses que o Tribunal de Contas de São Paulo tenta obter, sem êxito, acesso a todos os acordos e contratos firmados pelo governo de João Doria (foto) com o laboratório chinês Sinovac, para a importação e produção da Coronavac, a vacina contra a Covid-19 patrocinada pela gestão tucana.
Segundo o governo paulista, o acordo, que é mantido sob sigilo, prevê a compra de 6 milhões de doses importadas da China e de matéria-prima suficiente para produzir outras 40 milhões de doses no Brasil, mas os detalhes do contrato assinado com os chineses e dos pagamentos realizados nunca foram revelados.
Ainda no ano passado, o Instituto Butantan, órgão ligado ao governo paulista que se associou à Sinovac para produzir a Coronavac, alegou que os pagamentos seriam efetuados pela Fundação Butantan, entidade parceira do instituto que, por ser privada, "não se encontraria vinculada à administração pública".
A resposta não convenceu o conselheiro Dimas Ramalho, que insistiu no questionamento alegando que a corte de contas há anos reconhece a entidade como uma "fundação de apoio" ao Instituto Butantan e, por isso, "não pode se abster de prestar os esclarecimentos requisitados".
No mês passado, depois do início da campanha de vacinação contra Covid-19 no estado, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, enviou novo ofício ao tribunal dizendo que o laboratório Sinovac ainda não havia autorizado o levantamento do sigilo do contrato.
A alternativa sugerida ao conselheiro, que é o relator das contas do governador no tribunal, foi a assinatura de uma "transferência de sigilo", o que permitiria a ele acesso ao contrato mediante compromisso de manter a confidencialidade das informações. Ainda assim, o Instituto Butantan iria buscar o aval da Sinovac.
Segundo as informações fornecidas até agora ao Tribunal de Contas, o custo de cada dose da Coronavac é de 10,30 dólares, cerca de 58 reais, o que inclui o valor do produto, importação, produção e logística. Ao todo, o custo das 46 milhões de doses da Coronavac chega a 2,6 bilhões de reais.
Para o Ministério Público de Contas, o instituto usa a fundação privada nas contratações relacionadas à pandemia para tentar driblar a prestação de contas, deixando o controle externo sobre os custos reais de pesquisa, produção e distribuição da vacina "bastante prejudicado".
Em resposta a uma ação judicial movida pelo deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia, do PTB, na qual ele pede a suspensão do contrato com a Sinovac, o presidente do Instituto Butantan afirmou que todo o custo é arcado pela fundação, que recebe doações e repasses mediante convênios, sem nenhum gasto do tesouro estadual com a vacina.
Dados da Secretaria da Fazenda mostram, contudo, que o governo repassou 85 milhões de reais à Fundação Butantan em junho do ano passado, mês em que foi assinado o primeiro acordo com o laboratório chinês para a realização do estudo clínico que viria a comprovar a eficácia da Coronavac.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
André
2021-03-07 21:32:35Povo de merda, é roubado, proibido de sustentar sua família, que vergonha. Até quando será isso? País de merda.
Edneia
2021-03-07 21:08:51Impressiona o desserviço do deputado pedindo suspensão do contrato sinovac em meio a pandemia e sendo a coronavac 90% da vacinação no Brasil
VARLICE
2021-03-07 12:29:20Crusoé, alguma notícia sobre o Major Olímpio?
Milton
2021-03-07 12:16:13Gostaria que o PAULO e a SILVIA2 revelassem quanto ganham para defender o Doria com tanto afinco e desonestidade. Está dando na cara demais...!
Milton
2021-03-07 12:13:28Imagine quando o Doria tiver que prestar contas dos valores recebidos da união e “gastos” no combate à pandemia... Vai ser CADEIA certa.
SERGIO
2021-03-07 11:27:28Se não querem revelar, é porque tem coisa errada. Os "doriaminions" podem falar o que quiserem, mas esse é o fato.
Fabio
2021-03-07 09:24:31Pois é. Para os comentaristas aqui pro-Doria, a lógica: se eu fiz algo de "bom" eu não preciso prestar contas ou mesmo roubar a vontade. Essa não era a mesma lógica do Lula?
Eduardo
2021-03-07 08:58:49Ao não divulgar o contrato o governador paulista dá munição para as mais diversas teorias, sobretudo a de corrupção. Ademais, viola o princípio constitucional da publicidade. O Tribunal de Contas não pode ser conivente, tome as providências!
Marcos
2021-03-07 08:48:46Kkkkkk Doria e Bandido ladrãozinho de merda! Me arrependi de votar no lula em 2006 Mas esse voto que dei pra esse governador,me arrependo em dobro Deveria ter anulado meu voto! Esses comentários que vejo aqui é de quem deve trabalhar ou mamar no estado de São Paulo kkk empregados do João Agripino Doria o Bandido mor do Brasil
ANTONIO
2021-03-07 07:55:09calcinha apertada desonesto ao extremo.