ReproduçãoErnesto com Mike Pompeo: longe do chanceler, a ala pragmática do governo tenta estabelecer algum laço com o time de Biden

A eleição na Flórida e a viagem de Pompeo ao Brasil

25.09.20 16:08

A breve visita que o secretário de estado, Mike Pompeo (foto), fez a Roraima na sexta, 19, causou constrangimentos ao ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo. Deputados e senadores o acusaram de servir aos interesses políticos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a menos de dois meses das eleições americanas. Para muitos, a visita de Pompeo a países próximos da Venezuela tinha como objetivo o de ganhar votos de latinos que vivem na Flórida e querem distância do socialismo.

É fato que Pompeo tem dividido seu tempo entre viagens ao exterior e ações de campanha. Frequentemente, as duas coisas se misturam. Quando esteve em Jerusalém para negociar acordos de paz com países árabes, Pompeo apareceu ao vivo para dar um depoimento durante a convenção do Partido Republicano. Na quarta, 23, ele foi ao Wisconsin, um estado-pêndulo que pode ajudar a definir a eleição americana. Nesse estado, fez pronunciamentos e encontrou-se com empresários. Naturalmente, muitos americanos se perguntaram por que o diplomata estava viajando dentro de seu país. “Muita gente estava brincando comigo antes de eu vir para cá. Alguns jornalistas políticos de Washington estavam dizendo: ‘Por que diabos o secretário está indo para o Wisconsin?’ Eu sei, não é um país. Eu entendo”, disse Pompeo.

O que não é tão certo é o impacto da viagem de Pompeo, dias antes, a Brasil, Colômbia, Suriname e Guiana nas eleições americanas e na Flórida. A visita foi muito mais comentada nos países da América Latina e do Caribe do que dentro dos Estados Unidos. “As viagens do secretário de estado a esses países não recebeu muita cobertura da imprensa porque os jornais estão muito mais preocupados com os dois candidatos presidenciais, Trump e Joe Biden, e com a vaga que foi aberta na Suprema Corte”, diz a cientista política Susan MacManus, professora aposentada da Universidade do Sul da Flórida.

Para Susan, o discurso de Pompeo contra o ditador venezuelano Nicolás Maduro também não altera a preferência dos latinos que vivem no estado, principalmente os que moram no sul, onde há maior concentração de imigrantes e descendentes. “Trump tem se saído melhor que Biden entre venezuelanos, cubanos e colombianos no sul da Flórida há um bom tempo e a viagem de Pompeo não altera isso”, diz ela. Uma pesquisa da rede NBC divulgada no início de setembro coloca Trump com 50% das intenções de voto ao sul da Flórida e Joe Biden com 46%. No estado da Flórida como um todo, os dois aparecem empatados com 48%.

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  1. Kkkkkkkkk. Latinos da Flórida não sabem o que querem. Querem os benefícios sociais e a proteção que os democratas oferecem sem serem expulsos pelo republicanos!

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