A conclusão da PF: Gleisi é corrupta e recebeu dinheiro da TAM

17.05.18 10:39

Gleisi Hoffmann começou sua carreira no PT com o verniz de gestora. Mulher do ex-deputado e ex-ministro Paulo Bernardo, ela foi alçada ao cargo de diretora de Itaipu em 2003, quando Lula chegou à presidência. Esse posto, a influência do marido no partido e a forte popularidade do governo Lula ajudaram Gleisi a superar derrotas no passado e chegar à sua primeira vitória na eleição de 2010, como senadora. A sorte seguiu ao lado da petista e, em 2011, Antonio Palocci caiu da Casa Civil de Dilma Rousseff e, Gleisi, com a fama de gestora, passou de novata no Senado à poderosa posição de número dois do governo, chefiando o ministério. Sua carreira continuou ascendente mesmo com a Lava Jato e, com o declínio de Lula, ela passou a ser presidente do PT e porta-voz do ex-presidente preso. O que a Polícia Federal descobriu é que, enquanto fazia carreira na política, Gleisi Hoffmann recebeu propina, fez caixa dois com dinheiro da TAM e, suspeita-se, até emplacou um funcionário fantasma em seu gabinete.

As conclusões da PF estão no relatório final do inquérito que investiga um esquema no Ministério do Planejamento, no qual uma empresa contratada para gerenciar o serviço de empréstimo consignado dos servidores passou, em troca, a distribuir propinas a diversos políticos. O ministro do Planejamento era Paulo Bernardo, marido de Gleisi. Essa investigação é um dos desdobramentos da Lava Jato em São Paulo e teve até operação, a Custo Brasil, que chegou a prendê-lo em 2016. Mas Gleisi, por ser senadora, valeu-se do foro e foi investigada à parte, no Supremo Tribunal Federal. O relatório da PF foi finalizado em 8 março deste ano.

O centro do caso é o escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que trabalhou nas campanhas de Gleisi ao Senado em 2010 e ao governo do Paraná, em 2014. Ele recebeu dinheiro da empresa Consist, a tal que prestava o serviço ao Ministério do Planejamento, como já era sabido desde a operação de 2016. Mas a investigação traz revelações de como o esquema beneficiou especificamente a senadora, o que permitiu à PF concluir que Gleisi recebeu, entre propinas e caixa dois, 1,3 milhão de reais, entre 2010 a 2015 – justamente aquele período em que Gleisi saltou de novata no Senado a um dos principais nomes do PT.

As investigações da PF partiram de planilhas do escritório que, de um lado, recebia de empresas como a Consist e a TAM, e de outro custeava despesas dela. Tudo devidamente registrado sob a rubrica “Eleitoral – Gleisi”. Foram 300 mil reais pagos em agosto de 2010 pela TAM, quando ela concorreu ao Senado. O advogado Guilherme Gonçalves admitiu à PF que, apesar de ter recebido a bolada, não prestou serviços à companhia aérea. “Em relação à anotação TAM, com data 30, e valor de 300.000,00 no eleitoral, o declarante acredita que tenha sido um pagamento de honorários da campanha da Senadora Gleisi Hoffmann relativo às eleições de 2010 e não sabe se esse valor foi registrado ou não na contabilidade da campanha da Senadora”, diz um trecho do depoimento do advogado à Polícia Federal. Na verdade, não há dúvida quanto à declaração oficial do dinheiro. O repasse não foi registrado.

Os investigadores tentaram, então, ouvir da TAM qual era a justificativa para dar 300 mil reais ao escritório de advocacia da campanha de Gleisi. Ninguém conseguiu explicar. O então diretor jurídico, Luiz Aguiar, disse que não se lembrava do serviço, mas que a ordem havia partido do então presidente Marco Bologna. O presidente, por sua vez, disse “acreditar” que serviços foram prestados e garantiu que não havia motivos para dar dinheiro à campanha de Gleisi. E sugeriu que a PF pedisse mais detalhes ao… diretor jurídico.

Assim concluiu a PF: “Existem indicativos de que Gleisi Hoffmann, com participação de Marco Antonio Bologna (ex-Presidente da TAM), Luiz Aguiar (ex-Diretor Jurídico da TAM) e Guilherme Gonçalves (advogado da área eleitoral) ao menos omitiu, em documento público ou particular, a saber a prestação de contas relativa à campanha ao Senado Federal de 2010, declaração de que recebeu, em 30/08/2010, R$ 300.000,00 da TAM para fins eleitorais por intermédio de um contrato de consultoria jurídica simulado sem a correspondente prestação do serviço, mas com registro de uso como honorário eleitoral”.

A outra parte do dinheiro que abasteceu o caixa de Gleisi veio do “fundo Consist”. Era uma espécie de código na contabilidade do escritório de Guilherme Gonçalves, de modo a detalhar as despesas de Gleisi pagas pela Consist com dinheiro oriundo do convênio com o Ministério do Planejamento. Um diretor da empresa, aliás, admitiu à PF que o escritório não prestava serviços: era apenas um dos canais de distribuição de valores indicado por lobistas do contrato do Ministério do Planejamento.

Com o dinheiro da Consist, o escritório de Guilherme Gonçalves pagava despesas de Gleisi, como multas na Justiça Eleitoral e imóvel de campanha, além de abater dos honorários advocatícios que a senadora deveria pagar pelos serviços prestados por ele nas campanhas.

O tal “fundo Consist” pagou ainda valores a assessores de Gleisi. Um deles chamou a atenção da PF. Trata-se de Gláudio Lima, que recebeu 40 mil reais do escritório em 2015. Segundo Guilherme Gonçalves, ele tinha valores de campanha a receber e o dinheiro foi uma ajuda até ele conseguir emprego. Mas o que surpreendeu a PF foi que Gláudio disse em depoimento de março de 2017 que trabalhava como professor em Londrina e que, em 2016, estava no gabinete de Gleisi. Os investigadores checaram então os dados oficiais do Senado. Surpresa: apesar de Gláudio dizer que não trabalhava mais para Gleisi desde dezembro de 2016, ele constava ainda como funcionário ativo, recebendo cerca de 6 mil reais por mês. A consulta da PF foi em novembro de 2017. Na página do Senado, ele ainda aparece como servidor.

Além dos indícios de que Gláudio pode ter sido funcionário fantasma no Senado, há evidências no inquérito da participação de Gleisi nos 40 mil reais dados pelo escritório de advocacia com o dinheiro do “fundo Consist”, em 2015. É uma mensagem no celular de Gláudio: “Gleisi me pediu para ‘cuidar’ de você. Rsrs Já tenho uma ideia é até semana que vem eu vejo isso”. A mensagem que cita Gleisi partiu de Paulo Bernardo, marido dela. Um mês depois, o “cuidado” começava a acontecer: o fundo Consist passou a pagar uma mesada de 8 mil reais a Gláudio.

A investigação da Polícia Federal conclui que Gleisi praticou o crime de corrupção. Com o relatório final, o caso caminha para se tornar mais um fardo para a senadora. Gleisi  já é ré em uma ação no Supremo, acusada de receber outro 1 milhão de reais do esquema de propinas da Petrobras durante a campanha de 2010. A investigação de agora, a que Crusoé teve acesso, poderá resultar em nova denúncia – e, portanto, em mais um processo contra ela.

A petista, escolhida como porta-voz de Lula, preso em Curitiba, muito em breve também será chamada a acertar as contas com a Justiça.

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  1. Dias atrás a senadora Gleisi ameaçou convocar o Estado Islâmico para lutar pela libertação de Lula. Nesta semana houve a denúncia de vários brasileiros coonestados com o EI foram denunciados pelo MPF por planejarem atentados terroristas no carnaval da Bahia. Bem, com o relatório da PF sobre o envolvimento da senadora em corrupção e se houver uma ilação com as ameaças que proferiu sobre a convocação destes terroristas a coisa se complica para a líder do PT.

  2. Pessoal, é preciso julgar e prender, mas o mais importante é que os paranaenses não elejam mais as Gleisis. Assim como nas próximas eleições outros estados não elejam mais os Aécios, os Jaders, os Eliseus, os Romeros, os Sarneys e por aí vai. Esse pessoal não cai de para-quedas em Brasília onde tem proteção do STF e do Congresso.

  3. Depois de Lula , Gleisi será a prisão mais comemorada no Brasil !! na sequencia estaremos esperando por Lindenbergh e Vanessa Grazziotin. Mesmo assim é MUITA demora !!

  4. Ninguém com foro privilegiado foi condenado pelo STF na operação Lava Jato. Não acho que a senadora será a primeira, tem outros na fila com menos contatos

    1. Foi mal,Antônio. No comentário anterior escrevi seu nome foi com letra minúscula.

    2. "Amante" é codinome da Gleise nas planilhas de propina da odebrechet

  5. Diretora da Itaipu? Essa mulher não sabe fazer o O com o copo. A atitude dela é, e sempre será de gratidão com o padrinho. Esse casal enriqueceu nas mamas da nação que sangrou nos braços do PT.

  6. "Crazy" Hofmann: TIC-TAC!!! Espero que voce e sua arrogancia insana sejam devidamente enquadrados no mais breve tempo possível!!

  7. É aí? Coxa? Honesta igualzinha à Anta!!!! Todas farinha do mesmo saco de farinha podre! E Maria do Ossário? Tantas notícias de direito dos manos e ela quietinha, né? Alô, Maria do Ossário! Cadê sua gritaria????

    1. Soube por um militar do Exército que a Dilma no tempo da guerrilha no Araguaia se prostituia (dava, trepava, transava) com os camaradas para não ser morta.

  8. Essa dupla roubou muita grana dos funcionários federais. O Itaú quando comprou o BMG, depositou uns caraminguás nas contas dos funcionários para evitar a justiça. Isso tudo na surdina.

  9. será que isso começou quando o marido dela era secretario de fazenda de MS??? em 2002 quando passei num concurso publico já tinham implantado um sistema de pessoal que se denominava CONSIST! será?

  10. Amante, codnome na planilha da Odebretch, bonitinha mas ordinária, com toda sua arrogância vai pegar uma cana merecidíssima. Parece que dizer "parlamentar do PT roubou" é pleonasmo.

  11. Estou com dúvida sobre o modo de existir do PT: se quanto mais sobe na hierarquia do partido mais se rouba, ou quanto mais se rouba, mais sobe na hierarquia do partido?

    1. Se eu morasse em Curitiba iria toda manhã gritar no megafone: bom dia Senadora Gleisi... seja bem vinda!! Longa estadia!!!

  12. Já vai tarde Gleisi!!!! Não vejo a hora dessa distinta Senadora ser julgada e, se tudo correr de forma correta no judiciário, condenada... Vai tirar umas férias do PT e assumir a presidência de uma cela num presídio qualquer!!!!

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