Conheça as mulheres que vão disputar a Presidência do México

De maneira inédita na história do México, os dois principais candidatos à Presidência nas eleições marcadas para junho do ano que vem no país serão duas mulheres —o atual presidente, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador (AMLO), não pode disputar a reeleição para seu mandato de seis anos.

A líder nas pesquisas é a candidata de López Obrador, Claudia Sheinbaum (foto), de 61 anos, que foi chefe de governo da Cidade do México e teve sua candidatura confirmada pelo partido do presidente, o Morena, na última quarta (6). Sua principal oponente será a senadora Xóchitl Gálvez (pronuncia-se “sótchi”), de 60 anos, que concorrerá por uma coalizão de siglas de oposição incluindo o PRI —Partido Revolucionário Institucional, que mandou por décadas na política mexicana—, o PAN dos ex-presidentes Vicente Fox e Felipe Calderón e o PRD.

Ouvido pela revista britânica The Economist, o cientista político mexicano Javier Aparicio afirmou que a disputa entre as candidatas poderá se tornar uma “campanha nerd”, já que Sheinbaum é física com doutorado em engenharia ambiental e Gálvez, engenheira de computação, fundou sua própria empresa de tecnologia. Nenhuma das duas tem uma plataforma explicitamente feminista.

A ex-chefe de governo da Cidade do México promete uma continuação do governo de López Obrador, que a Economist descreve como “uma combinação idiossincrática de políticas que envolve maiores benefícios sociais e um forte apoio aos combustíveis fósseis”. Sheinbaum também se diz, como seu mentor, a favor do enfraquecimento do papel da Justiça Eleitoral e da eleição de juízes.

A senadora, embora esteja a uma distância de 14 pontos da rival, viu sua popularidade aumentar após ser atacada pelo atual presidente. Gálvez vem de uma família indígena pobre, é conhecida por usar gírias —já prometeu um governo livre de huevones, rateros e pendejos (preguiçosos, ladrões e idiotas) —e, em 2022, entrou no Congresso fantasiada de dinossauro para protestar contra planos de AMLO que, segundo ela, levariam o México de volta à era “jurássica”.