Reprodução

Chile vota por nova Constituição pela segunda vez

17.12.23 10:00

Os chilenos participam neste domingo, 17 de dezembro, do segundo plebiscito que decidirá o futuro da Constituição do país.

A proposta é substituir o texto atual, que remonta à época da ditadura militar sob o comando do ditador Augusto Pinochet, e buscar uma nova Carta Magna.

A primeira tentativa de substituir a Constituição de Pinochet ocorreu em 2022, quando um órgão eleito pelo voto popular e dominado por vozes de esquerda elaborou um texto que incluía extensas proteções ambientais e uma ampla gama de direitos sociais.

No entanto, a proposta foi rejeitada pelos eleitores em setembro daquele ano por ser considerada radical demais.

Desta vez, os chilenos elegeram uma assembleia dominada pela direita para redigir outra versão da Constituição.

Essa nova proposta consiste em 216 artigos e coloca no centro os direitos de propriedade privada, além de impor regras rígidas sobre imigração e aborto.

Os protestos intensos nos últimos quatro anos, cujo ápice foi 2019, impulsionados em parte pela profunda desigualdade atribuída à estrutura constitucional existente, levaram à pressão por uma reformulação.

Inicialmente, os defensores da nova Constituição esperavam que ela pudesse inaugurar uma era de unidade no Chile, após os protestos de 2019 que denunciavam a crescente desigualdade e a precariedade dos serviços públicos.

No entanto, as prioridades mudaram para muitos chilenos diante da forte desaceleração econômica, do cansaço com o processo constitucional e do descontentamento com o aumento da criminalidade.

Diferentemente do plebiscito do ano passado, as campanhas para esta segunda reformulação têm sido menos intensas, com menos shows, campanhas nas redes sociais e eventos públicos.

Nas pesquisas de opinião, o apoio à nova proposta tem sido baixo, mas houve um aumento nas últimas semanas. De acordo com o Instituto Cadem, 38% dos chilenos aprovariam a nova Constituição, um aumento de seis pontos percentuais em relação à pesquisa anterior realizada em novembro. Aqueles que são contra caíram três pontos percentuais, para 46%.

Caso a proposta não seja aprovada no plebiscito, o presidente Gabriel Boric (foto) afirmou que não pressionará por uma terceira reformulação.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO