Kassab usa guerra interna da Odebrecht para tentar arquivar investigação
Gilberto Kassab apresentou um novo argumento para tentar arquivar investigações sobre ele. O ex-ministro dos governos Dilma e Temer agora tenta usar a contenda judicial entre o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo, e a empreiteira, para pedir ao Supremo Tribunal Federal que enterre inquéritos com base na delação da construtora. A empreiteira pede à Justiça que...
Gilberto Kassab apresentou um novo argumento para tentar arquivar investigações sobre ele. O ex-ministro dos governos Dilma e Temer agora tenta usar a contenda judicial entre o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo, e a empreiteira, para pedir ao Supremo Tribunal Federal que enterre inquéritos com base na delação da construtora.
A empreiteira pede à Justiça que sejam anulados pagamentos de 52 milhões de reais de seu próprio caixa a Marcelo, em um contrato de honorários feito em 2017, quando o executivo já estava preso e delatando. Segundo a Odebrecht, Marcelo "ameaçou a empresa para extrair benefícios patrimoniais a ele e à sua família em verdadeira coação".
No processo, a empreiteira expõe uma agenda de Marcelo, em que ele cita "condições a serem cumpridas pela empresas antes de assinar o acordo". "Contratar um VGBL ou ativo previdenciário equivalente aos meus recursos com Monica", diz a nota. "Eu ter 100% de segurança quanto a disponibilidade dos recursos para eu pagar a multa. Já também com impostos pagos", continua.
“Eu não posso assinar o acordo e: 1º) ficar na mão de terceiros (sejam colaboradores da organização que podem mentir ou omitir algo no acordo ou futuramente, seja a força tarefa", disse Marcelo, em suas notas.
A defesa de Kassab diz ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, que "os bilhetes são frutos de enorme angústia e dor de um filho abandonado pelo seu pai, expondo as vísceras (e os vícios) da relação estabelecida para a construção de um acordo".
"Isto é, não se tem a mínima segurança sobre a veracidade dos relatos, sobretudo por não existir qualquer elemento efetivo de corroboração das narrativas, afora as planilhas esboçadas pela própria empresa e seus colaboradores", afirma o advogado Igor Tamasauskas, defensor de Kassab.
Kassab é investigado por supostos repasses de 20 milhões de reais entre 2008 e 2014. Parte do dinheiro teria ajudado a criar o PSD. Outra parte, segundo os delatores, teria sido destinada à campanha à Prefeitura de São Paulo, em 2008.
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