Bastidores: Em reunião, Weintraub se exalta e Guedes compara Judiciário brasileiro a 'Maduro'
A reunião ministerial extraordinária convocada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 27, para discutir uma reação ao Supremo Tribunal Federal, foi marcada por falas inflamadas e momentos de exaltação de alguns ministros. Também houve a leitura de posicionamentos de juristas sugerindo a prisão de integrantes da corte. O principal assunto do encontro foi a ordem...
A reunião ministerial extraordinária convocada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 27, para discutir uma reação ao Supremo Tribunal Federal, foi marcada por falas inflamadas e momentos de exaltação de alguns ministros. Também houve a leitura de posicionamentos de juristas sugerindo a prisão de integrantes da corte.
O principal assunto do encontro foi a ordem do ministro Alexandre de Moraes para que o titular da Educação, Abraham Weintraub (foto), explique à Polícia Federal sua fala na reunião ministerial de 22 de abril em defesa da prisão de ministros do STF. A ideia inicial do presidente era que seu ministro simplesmente não comparecesse ao depoimento.
Segundo auxiliares presidenciais, o advogado-geral da União, José Levi Mello, disse considerar impossível Weintraub ser preso. O titular da Educação, então, se exaltou. Visivelmente alterado, se levantou da cadeira e disse discordar do AGU. Acabou-se, então, optando por um meio termo: entrar com um habeas corpus preventivo, como Crusoé noticiou ainda ontem.
A reunião foi recheada de críticas ao Supremo não só do presidente, que afirmou que a corte vem "usurpando" suas atribuições. O ministro da Economia, Paulo Guedes, por exemplo, disse que, embora setores da sociedade tentem comparar Bolsonaro ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, o verdadeiro Maduro no Brasil hoje está no Judiciário.
No encontro, o presidente também leu uma manifestação postada pelo advogado Modesto Carvalhosa nas redes sociais. Nela, o jurista diz que o presidente do Supremo, Dias Toffoli, e o ministro Alexandre de Moraes transformaram a corte em um "tribunal de exceção" e que, por isso, a Procuradoria-Geral da República deve "promover" a imediata prisão preventiva de ambos.
A reunião ministerial começou por volta das 16h30 e durou cerca de duas horas. Ao contrário do fatídico encontro de 22 de abril, o de ontem não foi gravado por um cinegrafista da Secretaria de Comunicação Social do Planalto. Após o reunião, Bolsonaro ainda se reuniu com ministros da área jurídica para decidir detalhes do habeas corpus de Weintraub.
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